O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão na noite desta quarta-feira (6) para falar sobre o Dia da Independência do Brasil, celebrado nesta quinta-feira (7). No discurso, Lula destacou que o dia “não será nem de ódio, nem de medo, e, sim, de união. O dia de lembrarmos que o Brasil é um só. Que sonhamos os mesmos sonhos”, declarou. “Podemos ter sotaques diferentes, torcer para times diferentes, seguir religiões diferentes, ter preferência por este ou por aquele candidato, mas somos uma mesma grande nação, um único e extraordinário povo”, afirmou. Foram sete minutos e 30 segundos de pronunciamento. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram O discurso de Lula focou o tema das celebrações do 7 de Setembro deste ano — democracia, soberania e união. Assista abaixo ao pronunciamento completo: Transmissão ao vivo na última terça-feira Em transmissão ao vivo nas redes sociais na terça-feira (5), Lula disse esperar que o desfile do 7 de Setembro seja uma celebração “pacífica”. Ele disse que a data acabou sendo “apoderada” por militares e afirmou que quer “voltar a fazer um 7 de Setembro de todos”. “Todo país do mundo tem na festa de independência uma grande festa. O que aconteceu no Brasil é que, como nós tivemos durante 23 anos um regime autoritário, a verdade é que os militares se apoderaram do 7 de Setembro, deixou de ser uma coisa da sociedade como um todo. O que estamos querendo fazer agora, com a participação da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, é voltar a fazer um 7 de Setembro de todos”, disse o presidente na terça-feira. “O 7 de Setembro é do militar, do professor, do médico, do dentista, do advogado, do vendedor de cachorro-quente, do pequeno e médio empreendedor individual. É de todo mundo. É uma festa importante em que o Brasil conquistou soberania diante do país colonizador”, completou. Disputa As comemorações da Independência do Brasil têm como pano de fundo a disputa política entre o governo Lula e a base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Enquanto o presidente e o entorno político dele sustentam um discurso de que o 7 de Setembro é uma data “de todos” os brasileiros, a oposição pede aos apoiadores que fiquem em casa, com o objetivo de esvaziar a festa organizada pela gestão petista. Apesar do incentivo ao esvaziamento, a avaliação da inteligência do governo federal aponta para outro grupo de apoio a Bolsonaro, que estimula a ida à Esplanada para vaiar Lula e as Forças Armadas. Não há, no entanto, sinais de manifestações violentas até o momento. Mesmo assim, na capital federal, o Governo do DF criou um grupo de trabalho para monitorar as celebrações da Independência.