O ator Kayky Brito, de 34 anos, passa por recuperação após o atropelamento que sofreu no último sábado (2), que o deixou em estado grave. Ele sofreu traumatismo craniano e politraumatismo e foi submetido aos procedimentos de fixação de fraturas da pelve e do braço direito, permanecendo sedado e sob ventilação mecânica, dada a gravidade de seu estado de saúde. O clínico geral Paulo Camiz, do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo), explica que os cuidados dependem sempre da gravidade das lesões e de onde elas ocorreram. O neurocirurgião Guilherme Rossoni, da SBN (Sociedade Brasileira de Neurocirurgia), afirma que o momento mais crítico é sempre o do acidente. Após alguns dias, é preciso reforçar os cuidados, de modo que o quadro não evolua para infecções generalizadas. “A depender da gravidade dos politraumatismos, os tratamentos são direcionados à UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e podem incluir medicamentos e cirurgias nas lesões afetadas para reduzir as hemorragias ou o risco de sequelas irreversíveis. Ainda, é necessário monitorar ritmos cardíacos, oximetria e pressão arterial. Em caso de pacientes que estão entubados, monitorar a pressão expiratória final de dióxido de carbono (PETCO₂) é fundamental.” Já para os traumatismos cranianos, os métodos oferecidos incluem o suporte respiratório com manutenção adequada da ventilação, da oxigenação e da pressão arterial, além da contenção de hemorragias. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram O neurocirurgião alega que, frequentemente, acabam sendo necessários procedimentos para o PIC (controle da pressão intracraniana) e a descompressão do cérebro caso haja edema cerebral ou se a PIC estiver elevada, além da remoção e da drenagem de hematomas intracranianos. A evolução do tratamento dependerá da duração do período crítico do paciente. Em alguns casos, o traumatismo cranioencefálico pode deixar sequelas físicas e comportamentais, assim como os politraumatismos podem provocar fratura ou múltiplas fraturas nos ossos, lesões cerebrais, hemorragias, amputação de membros, cegueira e perda auditiva. “Estudos sugerem que pacientes em que as lesões do politraumatismo envolvam um traumatismo cranioencefálico apresentam maiores taxas de sequelas e mortalidade”, esclarece Rossoni. Ele diz que, geralmente, os tratamentos costumam levar de seis meses a um ano. No entanto, é necessário dar continuidade ao processo de reabilitação, mesmo após a alta hospitalar. A reabilitação inclui o uso de medicamentos para a diminuição do desconforto, o acompanhamento neurológico, terapias ocupacionais, fisioterapia, fonoaudiologia, atividades de fortalecimento muscular e outras necessidades, dependendo do quadro do paciente e de sua resposta a esses tratamentos.