Um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Medicina Keck, da USC (Universidade do Sul da Califórnia, na sigla em inglês), constatou que o sexo masculino é mais propenso a desenvolver doenças e lesões renais, quando comparado ao sexo feminino – e a culpada disso é a testosterona, o hormônio sexual masculino. Os achados foram publicados no científico Developmental Cell. Os autores Lingyun “Ivy” Xiong e Jing Liu, do Laboratório McMahon, identificaram mais de mil genes com atividades diferentes entre camundongos machos e fêmeas. Tais diferenças foram melhor percebidas durante a puberdade e maturidade sexual dos animais, e foram mais evidentes na área de filtragem dos rins. Ao analisar que os rins femininos tinham melhor recuperação diante de doenças ou lesões, os pesquisadores resolveram entender como a atividade dos órgãos se tornava “feminizada” ou “masculinizada”. Em experimento, eles utilizaram duas estratégias para feminizar os rins de ratos machos: a castração antes da puberdade, reduzindo os níveis de testosterona, ou a remoção dos sensores celulares conhecidos como receptores androgênicos, que respondem aos hormônios sexuais masculinos. Ambas as estratégias funcionaram. Ainda, os pesquisadores puderam observar que, submetendo os ratos à uma restrição calórica durante três meses, houve uma queda natural na produção de testosterona e, assim, uma atenuação de determinadas lesões renais. Para “remasculinizar” os órgãos dos machos castrados, os pesquisadores precisaram apenas injetar testosterona. O método também masculinizou os rins das fêmeas que tiveram os ovários removidos antes da puberdade.