PMs suspeitos de envolvimento na morte de jovem na Cidade de Deus são presos

PMs suspeitos de envolvimento na morte de jovem na Cidade de Deus são presos

Roni Cordeiro de Lima, Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria e Silvio Gomes dos Santos foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por crime de fraude, pois apresentaram uma pistola e munição, atribuindo à vítima. Já o policial Diego Geraldo de Souza foi denunciado por prevaricação e fraude processual por omissão, tendo sido afastado da função pública. PMs envolvidos na morte de jovem na Cidade de Deus são indiciados por fraude processual O adolescente foi baleado durante uma operação da Polícia Militar na Cidade de Deus, na madrugada do dia 7. Ele estava na garupa de uma moto, quando foi alvo dos disparos. Thiago não tinha ficha criminal. A investigação sobre o homicídio segue em andamento e será conduzida pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal e pela Delegacia de Homicídio da Capital. Celular de capitão apreendido O capitão Diego Geraldo Rocha de Souza, que não foi preso nesta quarta-feira, foi alvo de um mandado de busca e apreensão, e seu celular foi apreendido. O conteúdo dele será analisado pela corregedoria da Polícia Militar. Diego foi denunciado por prevaricação e fraude processual por omissão, tendo sido afastado da função pública. Segundo a denúncia, ele “omitiu-se diante do dever de vigilância sobre seus comandados, autorizando que eles atuassem de modo irregular na localidade, utilizando veículos e drones particulares durante a operação”. Após 17 dias de investigações, a Corregedoria da Polícia Militar pediu a prisão preventiva dos PMs e enviou a denúncia ao MP. Todos os policiais são do Batalhão de Choque, uma das tropas de elite da Polícia Militar do Rio. No documento que pediu a prisão dos policiais, a corregedoria explicou que se os envolvidos seguissem em liberdade, eles teriam a oportunidade de apagar possíveis evidências do crime, assim como pressionar testemunhas. O inquérito concluiu também que os PMs decidiram “por livre e espontânea vontade” omitir a verdade em suas declarações iniciais na delegacia. Os investigadores também descobriram que os PMs utilizaram um carro descaracterizado na ação que terminou com a morte do jovem. Essa informação vai de encontro com as suspeitas levantadas pela família de Thiago, que já tinham informado sobre a irregularidade. Família de jovem morto na Cidade de Deus diz que PMs que atiraram estavam em carro descaracterizado Segundo os familiares, PMs fardados em um carro prata descaracterizado perseguiram Thiago, que estava na garupa de uma moto, e atiraram nele. Além da presença de um carro irregular na ação, a corregedoria da PM também apontou indícios da tentativa de incluir uma arma de fogo na cena do crime, com o objetivo de incriminar o jovem de 16 anos. Vítima sem ficha criminal Na madrugada do dia 7 de agosto, Thiago Flausino levou três tiros, um na parte traseira da perna, um nas costas e outro que perfurou as duas canelas do jovem. O condutor da moto onde Thiago estava não têm ficha criminal. De acordo com as investigações, ele também não tem envolvimento com o tráfico. Na opinião da família do jovem morto, Thiago foi vítima de uma execução. Para tentar comprovar essa teoria, os parentes de Thiago reuniram testemunhas e 13 vídeos de câmeras de segurança. Todo o material foi entregue à polícia e a Defensoria Pública. Em um dos vídeos é possível ver um carro prata perseguindo a moto de Thiago e três homens correndo pela Estrada Miguel Salazar Mendes de Morais. Para a família, são 3 dos 4 PMs que estavam no encalço do garoto. Logo após a morte de Thiago, a PM informou que dois homens em uma moto atiraram contra a equipe e que, após o confronto, um adolescente foi encontrado atingido e não resistiu aos ferimentos. Segundo a PM, uma pistola 9 mm foi encontrada e apreendida. O promotor Roberto Cunha, acredita que apesar do desfecho trágico da ação policial, a própria corregedoria realizou a investigação de forma rápida e eficiente. “É mais um episódio triste. A própria PM apurou e apresentou ao MP em tempo recorde. Um evento trágico, lamentável, mas a PM agiu com rapidez e eficiência para, pelo menos, na área militar produzir uma resposta a sociedade”, comentou o promotor.

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