Unidade tem restaurantes, barbearias e salas de aula
– Redação Oeste
Uma penitenciária na Bolívia tem leis próprias, com alguns detentos morando com a família e um “tribunal” para fazer “justiça”.
A penitenciária de San Pedro é a maior da cidade de La Paz, uma das capitais da Bolívia. Ela tem cerca de 3 mil presos, e parece mais um bairro pobre que uma prisão.
Os guardas são poucos em San Pedro. Dentro da prisão também há restaurantes, barbearias, salas de aula, vários outros pequenos negócios e igrejas.
Algumas famílias ganharam autorização para morar com os presidiários por questões de segurança: acredita-se que elas estejam mais seguras em San Pedro. As celas dessa penitenciária da Bolívia também não ficam trancadas, e viraram quartos. Assim como hotéis, os quartos são classificados entre 0 e 5 estrelas.
A classificação é usada para venda e aluguel de celas. Caso um preso não tenha condições de comprar ou alugar um quarto, pode virar um “sem-teto”. Isso é um problema, porque as temperaturas na cidade caem drasticamente no inverno, o que pode provocar uma hipotermia. La Paz fica a 3.625 metros de altitude.
Funcionando como uma cidade murada, San Pedro tem detentos que vivem de peças de artesanato vendidas a visitantes. Com o alto fluxo de pessoas, a penitenciária também tem mototaxistas.
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A divisão do trabalho inclui detentos cozinheiros, garis, carpinteiros, auxiliar de serviços de lavanderia e engraxate. Além disso, prostitutas também têm acesso à essa penitenciária da Bolívia.
O código de ética de San Pedro é de tolerância zero com estupradores de crianças. A punição desses criminosos pode vir por esfaqueamento, choque elétrico ou espancamento até a morte. Há ainda um “supremo tribunal” que usa uma piscina em que presos afogam condenados pelo sistema, que lucra com o tráfico de drogas, segundo o jornal Extra.
A prisão ganhou atenção do mundo depois da publicação do livro de Rusty Young, Marching Powder, que conta a história de um inglês traficante de drogas que cumpre pena no local.