Resumindo a Notícia O empresário José Bezerra de Menezes, o Binho Bezerra, e sua esposa, Luciana Bezerra, morreram intoxicados por monóxido de carbono enquanto dormiam em sua casa de veraneio, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, a alta dosagem da substância no organismo do casal, detectada na autópsia, mostra que eles podem ter respirado durante várias horas o ar do quarto, contaminado com o gás. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram A suíte onde o casal dormia ficava ao lado do cômodo que abriga os equipamentos do sistema de aquecimento a gás da mansão. No local, ficam também as bombas da piscina e tonéis com água, que é aquecida por meio de um queimador e levada também para torneiras e chuveiros da residência. Esse queimador tinha um cano partido, o que fez com que o gás vazasse e chegasse ao banheiro da suíte do casal. Assim, o monóxido de carbono contaminou também o quarto. Veja dicas de especialistas ouvidos pelo R7 para evitar o acúmulo de monóxido de carbono em ambientes: • Áreas com lareiras, churrasqueiras ou aquecedores a gás precisam ter circulação de ar. Assim, é preciso manter aberturas mesmo em dias frios, evitando o confinamento; • Equipamentos como aquecedores devem, se possível, ser instalados em áreas externas. Caso estejam dentro das residências, precisam estar em locais com circulação de ar; • Deve ser feita manutenção periódica de aquecedores. Os principais fabricantes recomendam inspeção uma vez por ano para possível troca de peças, como mangueiras, nas quais podem ocorrer microfissuras; • Atenção para alugueis temporários em que são desconhecidas a estrutura do imóvel e a manutenção dos aquecedores. Em imóveis mais modernos, há janelas com aberturas fixas para evitar o acúmulo de gás, mas os mais antigos não possuem essa facilidade; • Uma solução, caso a residência tenha lareiras, é a instalação de detectores de monóxido de carbono. O sistema pode ajudar a alertar sobre altos níveis de monóxido de carbono antes que se tornem perigosos. Toxicidade Segundo Moacyr Eduardo Alves da Graça, engenheiro civil e professor da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), o monóxido de carbono é produzido pela queima de combustível. Por isso, quando o gás chega ao aquecedor e se transforma, não pode haver risco de vazamentos, por conta de sua toxicidade. “Se está obstruído ou tem falhas, vai sair e, quando o aquecedor está no ambiente, são três riscos: acidente a gás, redução do oxigênio e um acidente por monóxido de carbono. Por isso, a recomendação sempre é colocar os aquecedores do lado de fora”, afirmou o especialista ao R7. Alves da Graça ressalta que, além da necessidade de que esses sistemas fiquem do lado de fora, o ambiente deve ser ventilado e não pode ser obstruído em dias de frio, principalmente. A instalação dos aquecedores também precisa ser distante, assim como a saída dos gases deve ser bem instalada. De acordo com o médico pneumologista Felipe Marques da Costa, da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo, o gás é incolor, inodoro e altamente tóxico. Quando inalado, ele se liga à hemoglobina no sangue, formando a carboxi-hemoglobina, que é muito menos eficaz no transporte de oxigênio pelo corpo do que a hemoglobina normal. “Isso pode levar a hipóxia, que é a falta de oxigênio, nos tecidos do corpo, o que pode ser fatal. Os riscos incluem danos ao cérebro e ao coração, que são particularmente sensíveis à falta de oxigênio. Em altas concentrações, a inalação do gás pode levar à perda de consciência e à morte.” O pneumologista diz que, além da perda de consciência, em exposições menores os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos da gripe, mas sem febre, e incluir dor de cabeça, tontura, fraqueza, náusea, vômito, dor no peito e confusão. Atropelamentos de pedestres em calçadas se acumulam em SP