Nos últimos dias, os acontecimentos com Nara Paraguaia, namorada de Toguro, que perdeu o útero no nascimento do filho, e com a policial que morreu em decorrência de complicações no parto levantaram um alerta para os possíveis problemas no momento de dar à luz. De acordo com o ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), as principais complicações que podem ocorrer no meio do parto são a eclâmpsia (pressão alta), que pode gerar convulsões, e hemorragias, que podem resultar na retirada do útero, ambas com potencial de fatalidade. Os partos por cesárea têm maior probabilidade de gerar complicações, por se tratar de uma cirurgia, o que requer avaliar as habilidades do cirurgião e verificar a indicação desse tipo de parto. No entanto, o parto normal também pode apresentar obstáculos. “A paciente que fica muito tempo em período expulsivo, por mais de 24 horas, depois de ter a dilatação total do colo, corre maior risco de ter atonia uterina [incapacidade de contrair o útero] e de ter complicações no pós-parto”, afirma Caldeira. O ginecologista Alexandre Pupo, também da Febrasgo, acrescenta que a falta de elasticidade vaginal pode gerar laceração e que a atonia do útero é uma das principais causas da retirada do órgão. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram Ele afirma ainda que, nas primeiras 72 horas após o parto, existe o risco de embolia, pelo aumento da taxa de coagulação sanguínea, o que pode gerar trombose e infecções puerperais no parto vaginal que, se não tratadas, podem chegar à corrente sanguínea e gerar sepse. Para que as complicações possam ser prevenidas, Pupo é categórico: é necessário ter um bom acompanhamento pré-natal e que a paciente siga corretamente as orientações médicas e esteja atenta às consultas e exames solicitados. Caldeira adverte que, caso a paciente resolva ter um parto normal, é importante que este seja feito em um ambiente hospitalar, e não em casa, para que quaisquer emergências possam ser devidamente atendidas. Além disso, é importante que o médico e a enfermeira estejam sintonizados, de modo que possam achar alternativas diante de quaisquer intercorrências no parto, e que haja a presença de um neonatologista para prestar os primeiros cuidados ao bebê.