Clarão misterioso em Júpiter, capturado por um observador amador, surpreendeu astrônomos e abriu novas perspectivas sobre a formação do Sistema Solar. Um astrônomo amador conseguiu um impressionante registro de um clarão na atmosfera de Júpiter. O que o japonês Tadao Ohsugi observou naquele momento foi tão impactante e raro que ele decidiu descobrir o que era esse evento intrigante no Sistema Solar. Depois do registro, ele entrou em contato com o pesquisador e professor Ko Arimatsu, da Universidade de Kyoto, no Japão. Este pesquisador, responsável pelo programa de observação do Sistema Solar com equipamentos de quintal, investigou a informação e percebeu que outras pessoas também testemunharam aquele impressionante evento em Júpiter no dia 28 de agosto. Na imagem registrada, é possível ver o momento exato em que a atmosfera do planeta sobre o impacto luminoso ocorre. Júpiter é um planeta de tamanho expressivo, mas, mesmo assim, não é possível verificar facilmente tais impactos na sua atmosfera. “A observação direta desses corpos é virtualmente impossível, mesmo com telescópios avançados”, disse Arimatsu ao The New York Times, depois de ficar surpreso com o flash visto, ele disse que Tadao Ohsugi observou algo único. Por conta da magnitude do evento, os pesquisadores explicaram que o clarão foi causado pelo efeito de asteroides ou cometas que vieram dos limites do Sistema Solar. Para Leigh Fletcher, professor do Planetário Científico da Universidade de Leicester, essa observação é “um vislumbre dos processos violentos que ocorreram nos primeiros dias do nosso Sistema Solar”. Por tudo isso, o fenômeno ofereceu novos dados aos estudos sobre a compreensão do universo e dos astros. (Imagem: Tadao Ohsugi/Reprodução) Registro raro de Júpiter Antes de 2023, eventos dessa magnitude foram registrados poucas vezes. Nessa década, o último foi em 2021. Em 1994, um cometa atingiu o planeta Júpiter com tanta intensidade que o impacto deixou um campo de detritos visível. Devido a essa raridade, o recente clarão em Júpiter fascinou os cientistas e astrônomos amadores que se dedicam à observação dos planetas do Sistema Solar. Normalmente, os observadores amadores usam a técnica chamada de imagem de sorte, com a qual parte do céu é filmada com precisão. Segundo os dados, 8 em cada 9 flashes em Júpiter foram registrados por amadores. Para Fletcher, tais filmagens se tornam um “tesouro de dados” que, posteriormente, serão analisados pelos cientistas e podem trazer novos entendimentos acerca do nosso sistema. Essa observação de Júpiter destaca a importância contínua da exploração espacial e da pesquisa científica para compreender nosso lugar no universo e como o Sistema Solar se formou ao longo de bilhões de anos.