O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve na última sexta-feira (29) a prisão preventiva do ex-deputado federal Roberto Jefferson, conforme havia pedido a Procuradoria-Geral da República (PGR). Para Moraes, as condutas atribuídas a ele são “gravíssimas” e houve o descumprimento das medidas cautelares, “a evidenciar a necessidade de sua prisão para garantia da ordem pública”. “Some-se a isso a extrema violência com que recebeu os agentes públicos que se dirigiram à sua residência para cumprimento de ordem legal, no estrito cumprimento de suas funções — comportamento que demonstra sua periculosidade, e não cessará com a mera entrega das armas de sua propriedade. Não há que dizer, ainda, que seu comportamento beligerante e avesso ao cumprimento de determinações judiciais cessou, tendo em vista que, atualmente, se encontra internado em estabelecimento hospitalar”, disse Moraes. Desde junho, Jefferson está internado em um hospital particular do Rio de Janeiro, com a autorização do ministro. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram Moraes ainda citou o entendimento do STF de que “a periculosidade do agente, evidenciada pelo modus operandi na prática do delito, justifica a prisão preventiva para garantia da ordem pública”. Jogou granadas contra agentes da PF Jefferson está preso desde outubro de 2022, quando jogou granadas e atirou em agentes da Polícia Federal que tentavam cumprir uma ordem de prisão contra ele. O ex-deputado já estava em prisão domiciliar por ter ameaçado o STF e realizado ataques pelas redes sociais à Corte e a seus ministros. No entanto, mesmo proibido de usar a internet, de manter contato com outros investigados e de sair de casa, o ex-parlamentar fez ataques à ministra Cármen Lúcia por ela ter votado de maneira diferente da que ele queria. Isso se deu em uma ação da Corte que vetou, temporariamente, o lançamento de um documentário da produtora Brasil Paralelo sobre o atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral de 2018. O ataque feito pelo ex-deputado ocorreu na residência dele, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro. De acordo com denúncia apresentada em dezembro de 2022 pelo Ministério Público Federal (MPF), “após o disparo de aproximadamente 60 tiros de carabina e o lançamento de três granadas (adulteradas) contra os quatro policiais federais, Roberto Jefferson gravou novo vídeo, divulgado na internet, exibindo a viatura policial alvejada por vários disparos, além de uma grande poça de sangue próxima ao veículo”.