O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta quinta-feira (5) a destinação de R$ 109 milhões para a segurança da Bahia, estado que enfrenta uma onda de violência. O evento de assinatura da medida ocorreu na Superintendência da Polícia Federal em Salvador e contou com a presença do governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT), e do ministro da Secretaria de Comunicação Social da presidência, Paulo Pimenta. A maior parte dos recursos é do Fundo Nacional de Segurança Pública. Dino assinou ainda a implementação de postos da Polícia Federal nos municípios baianos de Vitória da Conquista e Feira de Santana, o que deve ser feito em até 45 dias. Além disso, determinou a instalação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado — uma parceria entre as polícias baianas e a PF —, que ficará sediada em Ilhéus . • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram As iniciativas para fortalecer a segurança pública da Bahia incluem medidas ligadas a outras áreas, como assistência social e educação. Por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci Juventude), R$ 5 milhões serão usados para a prevenção de homicídios e a inclusão social de jovens entre 15 e 24 anos. O objetivo é trabalhar pela redução da taxa de mortes violentas intencionais nesse grupo. Entre as ações anunciadas por Dino está a liberação de R$ 2,7 milhões para o Programa Escola Segura, cujo objetivo é fortalecer o patrulhamento nas proximidades de escolas. Parte dos recursos será usada para obras e a compra de viaturas e equipamentos. O sistema penitenciário baiano também será contemplado com carros, caminhões, detectores de metal e outros itens de trabalho. Câmeras corporais Durante o evento em Salvador, Dino afirmou que os policiais da Bahia vão passar a usar, ainda neste ano, câmeras corporais. “Também trabalhamos a doação de algumas câmeras para implementação, ainda neste ano, com uso, pioneiramente no Brasil, de tecnologia usada pelos Estados Unidos. Os itens foram doados pelo governo dos EUA ao governo federal, e vamos colocar à disposição da Bahia, para proteger profissionais e facilitar investigações”, declarou. O ministro não detalhou, contudo, quantas câmeras serão enviadas nem quais forças policiais vão usá-las. O R7 apurou que serão, inicialmente, 200 aparelhos. Violência no Rio de Janeiro Questionado sobre o atentado a quatro médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira, Dino declarou que o episódio apresenta evidências de ter sido uma execução. “Evidentemente, há uma visão clara de que se cuida de uma execução, e não de um crime patrimonial. Pela própria dinâmica dos fatos, isso fica bem evidenciado. Há duas ou três linhas de investigação sendo percorridas. O fato de haver proximidade com dois deputados federais chama a presença da Polícia Federal”, declarou o ministro. Dino classificou o episódio como “tragédia”. “O Rio de Janeiro vive crise crônica na segurança pública há décadas. Falei com Cláudio Castro, governador do RJ, que é do PL, e com Eduardo Paes, o prefeito da capital, que é do PSD. Falamos com todos. Parte da equipe do ministério está no Rio, fortalecendo as ações do governo do estado”, acrescentou. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que acompanha o ministro em Salvador, afirmou que há uma equipe da corporação no Rio de Janeiro, com a Polícia Civil do estado. “Colocamos à disposição todo nosso parque tecnológico e equipes de inteligência, perícia, balística e de imagens.” Dino determinou à PF que acompanhe as investigações. Os criminosos atiraram cerca de 30 vezes contra as vítimas e foram embora em seguida, sem levar nenhum bem.