Eutália Borba – aposentada — Foto: Jeová Luiz “Eu vim por livre espontânea vontade. Percebi que estava muito pesado para morar com meu irmão, que cuidada de mim, e entendi que eu precisava de um lugar para morar, então eu vi e estou aqui há sete anos”, disse a costureira, Eutalia Borba, de 81 anos. Diferente de grande parte dos idosos que vivem no lar e possuem algum problema de saúde ou mobilidade reduzida, a aposentada Maria dos Passos, conhecida como ‘Dona Nina’ optou em morar no local para não ter companhia de outras pessoas. “Eu estou ótima de saúde, mas minha família morreu e eu estava muito sozinha. Então eu vim, gostei e hoje sou muito feliz aqui”, disse. Na contramão da busca pela tranquilidade, que os lares de longa permanência oferecem alguns idosos continuam morando com a família, a exemplo de Valdice Freitas, de 98 anos. Mãe de 11 filhos, viúva há 25 anos, e com uma memória de fazer inveja ela diz que o combustível da sua longevidade é o amor pela família.” Valdice Freitas ao lado dos familiares — Foto: Jeová Luiz Meu coração se enche de alegria, eles são muito unidos, isso me deixa muito feliz”, disse emocionada. Segundo a Geriatra Juliana Santana não há um secreto para longevidade, mas a socialização é uma ferramenta fundamental para impulsionar o relógio biológico dos idosos. “A sociabilização é um tratamento. Durante o processo, o idoso tem perdas afetivas. Quando você socializa, você trabalha o emocional, o psicológico, a mobilidade e isso é essencial para saúde do idoso”, explicou. Envelhecimento em números Especialistas apontam que o mundo precisa se preparar para o envelhecimento da população. Sergipe tem mais hoje mais de 890 idosos com mais de 100 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É possível que seja cada vez mais comum vermos pessoas com essa idade, por enquanto a maioria delas mora em Aracaju e em Poço Redondo município do interior com o maior número de centenários. “Não há nenhum estudo que justifique essa concentração, mas gente sabe que hábitos saudáveis e condições de vida sem estresse ajudam a aumentar os anos de vida”, explicou o pesquisador da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Neilson Menezes. Maria da Glória – idosa de 102 anos que mora em Aracaju (SE) — Foto: Jeová Luiz A longevidade pode até não ter uma receita, mas a centenária Maria da Glória acredita que o cuidado da família e os hábitos saudáveis foram fundamentais para que ela chegasse aos 102 anos lúcida, independente e saudável. “Moro com meu filho e minha nora, é muito sossegado, sou muito feliz e felicidade é tudo”, falou. De acordo com a psicopedagoga, Ana Júlia Souto, especialista em estímulo cognitivo para idoso, garantir a independência e a autonomia do idoso é fundamental para qualidade de vida na terceira idade. Ana Júlia Souto – psicopedagoga — Foto: Reprodução TV Sergipe “É um grande desafio. O envelhecer não tira a vontade, não tira a perspectiva, não tira o sonho. Além dos estímulos cognitivos, não podemos perder de vista a atividade física, para que o idoso tenha uma longevidade saudável e ativa”, orientou. Se depender dos estímulos cognitivos e hábitos de vida saudáveis para viver mais, o aposentado Edgar Odilon está na frente nesta corrida. Aos 82 anos, a rotina diária é mercada por exercícios físicos e dieta balanceada. Edgar Odilon – aposentado — Foto: Jeová Luiz “Sempre pratiquei atividades físicas, depois que me aposentei passei a fazer mais isso e também resolvi correr. Saúde em primeiro lugar”, afirmou. A receita é quase sempre infalível, socialização, amor e hábitos saudáveis, pilares aplicados por quem vive muito e que também não quer ir embora tão cedo. LEIA TAMBÉM