Durante uma semana, o fotógrafo brasileiro Gabriel Chaim acompanhou a rotina de um hospital improvisado — que chega a receber mais de 100 soldados feridos por dia. (Veja na reportagem completa acima) Existe a guerra que todo mundo vê, a guerra que só ucranianos veem e tem a guerra que só os profissionais da saúde conhecem. A reportagem mostrou o cotidiano de um hospital, a poucos quilômetros da frente de combate. Lá, a acompanhou a rotina de um médico que preferiu se identificar como “Rabino”, da voluntária Yúlia Priscilla e o resto da equipe, enquanto preparavam o chamado “ponto de evacuação”. Dentro do abrigo antiaéreo do ponto de evacuação, o fotógrafo Gabriel Chaim encontrou médicos e motoristas que transportam feridos. Na ocasião, o trabalho estava sendo dificultado por conta de bombardeios constantes. Rabino conta que existem dois tipos de bombas. Enquanto explica, não se abala com o combate por perto. Já Yúlia, com a escalada do conflito, se alistou para o serviço militar sem avisar ao marido. Antes da guerra, ela trabalhava num centro de oncologia. “Quando você sai do ponto e escuta balas voando, você sabe que tem que correr e fazer seu trabalho e prestar socorros. Tem adrenalina. Mas nem é isso, é a vontade de ajudar e ser útil. Cada um tenta ser útil o quanto pode”, explicou. Recebido o primeiro atendimento, os soldados são removidos do ponto de evacuação. Vão para o chamado ponto de estabilização. É o hospital de campanha, montado num prédio público. São cerca de 130 pacientes e até mais. É um grande fluxo de trabalho, e há muita dificuldade em receber todos a tempo para prestar os cuidados adequados e encaminhá-los para a próxima etapa. São vítimas de explosões e estilhaços — míssil antitanque, minas terrestres, canhões, bombas. Ouça os podcasts do Fantástico