Lar Politica Comissão do Senado analisa desoneração da folha para 17 setores que mais empregam

Comissão do Senado analisa desoneração da folha para 17 setores que mais empregam

por Hellen Leite do R7 em Brasilia
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O projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia deve ser analisado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (17). A proposta de desoneração da folha substitui a contribuição previdenciária patronal dos setores que mais geram empregos, o que diminui os custos de contratações. A intenção é que o benefício seja estendido até 2027. O texto já foi votado no Senado, mas, como teve alterações durante a tramitação na Câmara, voltou à análise dos senadores. Há ainda a possibilidade de que um acordo político ponha a matéria para análise ainda nesta terça-feira no plenário. O que deixaria o projeto de lei no ponto de ser sancionado pelo presidente da República. Pelo texto, a contribuição previdenciária patronal sobre a folha de salários será substituída por uma contribuição incidente sobre a receita bruta do empregador. A contribuição patronal é paga por empregadores para financiar a seguridade social. Então, em vez de o empresário pagar 20% sobre a folha de pagamento do funcionário, o tributo pode ser calculado com a aplicação de um percentual sobre a receita bruta da empresa, que varia de 1% a 4,5%, conforme o setor. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp• Compartilhe esta notícia no Telegram A contribuição não deixa de ser feita, apenas passa a se adequar ao nível real da atividade produtiva do empreendimento. Em outras palavras, as empresas que faturam mais contribuem mais. Com isso, é possível contratar mais empregados sem gerar aumento de impostos. Entre os beneficiados estão os setores têxtil, de calçados, construção civil, call center, comunicação, fabricação de veículos, tecnologia e transportes. Juntos, esses segmentos geram cerca de 9 milhões de empregos formais. Se o projeto de lei não for aprovado, a desoneração da folha de pagamento tem validade só até dezembro deste ano. Municípios Entre as alterações feitas na Câmara está a que estende o benefício a todos os municípios brasileiros, com alíquota variável entre 8% e 18% conforme o Produto Interno Bruto (PIB) de cada cidade. A primeira versão do texto previa a alíquota de 8%, mas apenas para os municípios com população inferior a 142,6 mil habitantes. Para o relator da proposta, senador Efraim Filho (União-PB), é necessário manter a desoneração diante do cenário de inflação e juros altos. No entanto, ele acredita que a redação anterior era mais “justa” por beneficiar municípios menores, sem acesso ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Os municípios maiores têm o incremento do FPM. Eu tinha sugerido uma emenda no corte dos municípios que não têm qualquer receita extra a receber. A maioria dos municípios que entraram na regra da Câmara já tem regime próprio de Previdência”, afirmou Efraim. Por outro lado, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) alega que os gestores municipais têm dificuldade para fechar as contas.“A dívida [das contribuições sociais a serem pagas ao Regime Geral de Previdência Social] chega a quase R$ 200 bilhões. Só os municípios da Bahia somam R$ 42 bilhões, e isso não tem solução. É uma dívida impagável. Daqui a pouco vai chegar a R$ 1 trilhão. Temos que enfrentar esse cenário”, alertou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Segundo dados da confederação, 51% das cidades estão no vermelho, ou seja, somaram mais despesas do que receitas no primeiro semestre de 2023. No mesmo período de 2022, apenas 7% registraram déficit primário. A entidade afirma que, além da queda de arrecadação nos decêndios recentes do FPM, o cenário é reflexo de medidas decididas pela esfera federal com impacto nas contas municipais, como pisos salariais nacionais e a desoneração de combustíveis no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

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