A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou, nesta quinta-feira (19), que a IA (Inteligência Artificial) tem o potencial de transformar o tratamento de saúde, mas sua rápida implementação sem compreender seu funcionamento pode prejudicar os pacientes. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram De acordo com a OMS, a IA é muito promissora para os cuidados de saúde, mas também apresenta desafios no que diz respeito à privacidade e à possibilidade de agravamento de problemas já existentes. A agência de saúde da ONU publicou um novo documento, no qual detalha algumas das principais considerações normativas em torno da IA para a saúde, para que as autoridades possam elaborar, ou adaptar, suas orientações sobre seu uso. “Com a crescente disponibilidade de dados de saúde e o rápido progresso das técnicas analíticas – sejam elas de aprendizagem automática, baseadas em lógica, ou em estatísticas -, as ferramentas de IA poderão transformar o setor da saúde”, afirmou a organização em um comunicado. De acordo com a OMS, a IA pode reforçar os ensaios clínicos, melhorar o diagnóstico e o tratamento médico, além de complementar conhecimentos e competências médicas. Também seria útil em locais com escassez de especialistas, interpretando imagens radiológicas e exames de retina. A organização observou, no entanto, que a IA está sendo implementada rapidamente, às vezes sem uma compreensão adequada de como essas tecnologias funcionam. “O que pode beneficiar, ou prejudicar, os usuários finais”, tanto pacientes quanto profissionais, alegou a OMS. Ao utilizar dados de saúde, os sistemas de IA poderiam ter acesso a informações sensíveis, motivo pelo qual são necessários marcos jurídicos sólidos para proteger a privacidade e a integridade das pessoas, afirmou a entidade. “A Inteligência Artificial é uma grande promessa para a saúde, mas também coloca problemas graves, como a coleta pouco ética de dados, as ameaças à cibersegurança e a amplificação de preconceitos, ou da desinformação”, destacou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Estas novas orientações ajudarão os países a regular a IA, de forma eficaz, para aproveitar seu potencial, seja no tratamento do câncer, quanto na detecção da tuberculose, minimizando, ao mesmo tempo, os riscos”, acrescentou. A OMS afirma que os sistemas de IA dependem do código, com o qual são construídos e dos dados com que são treinados, e uma melhor regulamentação pode ajudar a administrar melhor os riscos de que esta ferramenta aumente os preconceitos presentes nos dados de treinamento. “Por exemplo, pode ser difícil para os modelos de IA representar com precisão a diversidade das populações, o que pode levar a preconceitos, imprecisões, ou mesmo falhas”, frisou a organização de saúde. “Para ajudar a mitigar esses riscos, pode-se recorrer à regulamentação, com o objetivo de garantir que os atributos – sexo, raça e etnia – das pessoas que constam nos dados de treinamento e que os conjuntos de dados sejam intencionalmente representativos”, acrescentou. A OMS esboçou seis áreas para regular a IA para a saúde. Essas incluem a validação externa dos dados, a avaliação dos sistemas antes de sua publicação para não amplificar vieses e erros, a análise dos requisitos de consentimento para a privacidade dos dados e a promoção da colaboração entre reguladores, pacientes, governos e profissionais de saúde.