María Corina Machado tem 93% dos votos com pouco mais de um quarto da apuração concluída
– Redação Oeste
A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, saiu na frente na apuração das eleições primárias do país, cuja votação foi realizada no domingo 22. Com 26% das urnas apuradas, ela tinha 93% das intenções de voto. Se a tendência se confirmar e se a ditadura de Nicolás Maduro permitir, ela será a principal adversária do chavismo nas eleições presidenciais de 2024.
“Hoje não é o fim, mas é o começo do fim”, disse María Corina Machado, depois de saber do resultado parcial da apuração.
Carlos Prosperi teve 4,75% dos votos no primeiro boletim parcial. Outros oito candidatos com votação abaixo de 1 aparecem na lista.
Ainda não se sabe se María Corina poderá disputar as eleições de 2024, mesmo com o acordo entre Maduro e a oposição de fazer eleições livres e limpas na Venezuela. O acordo foi uma exigência dos Estados Unidos para retirar sanções da indústria de petróleo e gás, mas não é claro sobre a participação de candidatos inabilitados pelo regime de Maduro.
+ Ditadura da Venezuela liberta presos políticos, em acordo com a oposição e com os EUA
Em 2015, María Corina foi declarada inelegível pela Controladoria-Geral da Venezuela, órgão controlado pelo chavismo. Em 2015, a controladoria suspendeu os direitos políticos da líder oposicionistas com a alegação de que ela não tinha incluído em sua declaração de bens valores que recebeu como deputada; posteriormente, a punição foi ampliada porque Corina teria defendido as sanções dos Estados Unidos à Venezuela. Ela nega as duas acusações.
A oposição afirma que foi mais um “truque legal” do regime de Maduro para impedir os adversários de disputar as eleições. Ele está no poder desde 2013 e seu governo responde a processos em organismos internacionais, como a ONU e Tribunal Penal Internacional, por graves violações de direitos humanos ao sufocar protestos e perseguir opositores.
Faltou organização nas primárias da Venezuela, mas não houve incidentes
Sem assistência técnica do Conselho Nacional Eleitoral, órgão controlado pelo chavismo, as primárias foram organizadas pela oposição e enfrentaram uma série de problemas logísticos, como a definição e a instalação de centros de votação.
De acordo com o jornal espanhol El País, o processo eleitoral nem sequer teve a cobertura dos meios de comunicação nacionais, pressionados pelo governo de Maduro a ignorar o processo.
A eleição também foi rejeitada por uma parte da oposição — embora minoritária — que considerou não estarem reunidas as condições para realizar uma consulta desta magnitude com garantias.
Mesmo assim, prevaleceu o desejo de mudança e os venezuelanos compareceram para votar, a ponto de formarem-se filas em diversos locais de votação. Segundo especialistas consultados pela agência de notícias AFP, cerca de 1,5 milhão de pessoas participaram da votação na Venezuela. Ao todo, 21 milhões de eleitores estavam habilitados para votar nas primárias. Nenhum incidente foi registrado.
O primeiro boletim parcial da apuração foi divulgado por volta da 1 hora da madrugada.
Ainda não há previsão para o fim da apuração.
Leia também: ‘O Brasil não pode desistir de lutar por liberdades de imprensa e de expressão‘, entrevista concedida por María Corina Machado, publicada na Edição 172 da Revista Oeste.
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