Com velas, flores e cartazes, alunos fazem homenagem a aluna morta em ataque a escola em SP

Com velas, flores e cartazes, alunos fazem homenagem a aluna morta em ataque a escola em SP

Eles colocaram velas, cartazes, fotos, flores e até bichinhos de pelúcia com mensagens carinhosas no portão da escola. O corpo de Giovanna foi enterrado nesta terça em Santo André, no ABC Paulista. Pra ajudar a processar o luto, muitos estudantes que foram à escola prestar a homenagem também deixaram cartazes que expressam como estão se sentindo. “O que a gente sente é um aperto no coração. Morrer dessa forma, tão injustamente”, disse Emely Cabral, de 15 anos. “É muito ruim, uma sensação de desamparo de impotência. Horrível”, disse Sonora Laisa Lopes, de 17 anos. Alunos de outras escolas, como Dandara dos Santos, de 17 anos, que estuda na Aroldo de Azevedo, a 3 km da escola Sapopemba, foi prestar sua homenagem para Giovanna, da mesma idade. “A gente se sensibilizou muito. Difícil superar essa dor”, afirmou. Giovanna estava no terceiro ano do ensino médio e morava no Jardim Sapopemba, perto da escola (veja onde fica). A vítima chegou a ser levada ao pronto-socorro do Hospital Sapopemba, mas não resistiu aos ferimentos. Ato em homenagem à estudante Giovanna Bezerra Silva, que foi morta dentro da Escola Estadual Sapopemba — Foto: Reprodução/TV Globo Ato em homenagem à estudante Giovanna Bezerra Silva, que foi morta dentro da Escola Estadual Sapopemba — Foto: Reprodução/TV Globo O corpo da estudante Giovanna Bezerra Silva, de 17 anos, foi sepultamento nesta terça (24) no Cemitério Nossa Senhora do Carmo – Curuçá, em Santo André, no ABC Paulista. — Foto: Reprodução/TV Globo Amigos de despedem de Giovanna Bezerra — Foto: Reprodução/Instagram O ataque ocorreu por volta das 7h20. Além de Giovanna, outras duas estudantes, de 15 anos, foram atingidas pelos disparos. Elas estão no 1º ano do ensino médio, na mesma sala do atirador. Um quarto aluno, de 18 anos, machucou uma das mãos ao tentar fugir pela janela durante o ataque. O adolescente autor do ataque, de 16 anos, foi apreendido junto com a arma e levado para o 70º DP. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que “o menor responsável pelos disparos foi apreendido e encaminhado à Vara da Infância e Juventude. Todas as circunstâncias relativas aos fatos são investigadas pelo 69º DP (Teotônio Vilela), que promove diligências e a oitiva de testemunhas. A arma do crime, em situação regular, foi apreendida e encaminhada ao Instituto de Criminalística. Após os exames legais no IML, o corpo da vítima foi liberado aos familiares”. Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), a arma usada pelo adolescente era um revólver calibre 38, pertencia ao pai dele e foi registrada em 1994. Vídeos mostram desespero de pais e alunos após tiros em escola em SP Vítima tinha paixão por vôlei Em seu perfil no Instagram, Giovanna costumava mostrar sua paixão pelo vôlei e publicava fotos praticando o esporte. Há também vídeos da adolescente com os amigos dentro da Escola Sapopemba durante os intervalos das aulas. A última postagem foi feita na tarde de domingo (22). A estudante publicou imagem de um passeio no Parque Água Branca, na Zona Oeste de São Paulo. Giovanna Bezerra Silva, de 17 anos, morta em escola de SP — Foto: Reprodução/Facebook Nesta segunda, amigos e parentes prestaram homenagens à vítima. “Meus melhores momentos sempre foram ao seu lado. Nunca pensei que estaria escrevendo um texto de despedida, um último adeus, mas Deus sabe de todas as coisas. Não tenho palavras nesse momento, mas você sempre estará no meu coração. Te amo minha moça. Que Deus te receba de braços abertos aí no céu”, escreveu uma amiga no Instagram. “Descanse em paz, que o Senhor Jesus conforme o coração dos familiares e amigos”, publicou outra amiga. Feridos As duas estudantes que ficaram feridas pelos disparos e sobreviveram foram levadas para o Hospital Estadual Sapopemba. Uma delas foi baleada no tórax e passou por cirurgia. A outra foi atingida na clavícula. Ambas tiveram alta no início da tarde desta segunda, segundo uma amiga informou ao g1. “Eu estava na sala e ouvi os disparos. Elas foram socorridas e estão bem. Uma chegou a ser levada para o centro cirúrgico, mas vai ficar tudo bem”, disse ao g1 a amiga das estudantes, que também é aluna da escola. O pai de uma das feridas disse à TV Globo que a filha ligou por volta das 7h30 e o informou que havia sido atingida por um tiro. “Eu falei: ‘que brincadeira é essa?’. Ela: ‘não, pai, é sério, eu tomei um tiro, tomei um tiro”, afirmou. Por meio de nota, a gestão estadual lamentou o ocorrido e disse que a prioridade é prestar atendimento aos familiares das vítimas. “O governo de SP lamenta profundamente e se solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido na manhã desta segunda-feira (23) na Escola Estadual Sapopemba. Nesse momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares.” O governador Tarcísio de Freitas disse nesta segunda-feira (23) que estava consternado com mais um caso de violência dento das escolas estaduais de São Paulo. “Estamos consternados com mais um terrível ataque nas nossas escolas. Na manhã de hoje, três alunos foram atingidos a tiros na Escola Estadual Sapopemba e um deles, infelizmente, não resistiu. O autor dos disparos e a arma foram apreendidos. Nesse momento, a prioridade é apoiar os estudantes, professores e familiares. Toda minha solidariedade às famílias e a todos os afetados neste triste episódio”. Ataque em escola deixa uma pessoa morta e três feridos na Zona Leste de São Paulo Escola Estadual Sapopemba, Zona Leste de SP — Foto: Arte/g1 Segundo ataque em 7 meses O ataque desta segunda (23) é o segundo caso registrado na capital paulista somente neste ano. À época, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) chegou a afirmar que quadruplicou o orçamento inicial destinado a políticas públicas de garantia da segurança e proteção de convivência no ambiente escolar, passando para R$ 100 milhões. Contudo, duas das professoras que foram vítimas do ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, disseram ao g1 que a escola só recebeu visitas de um grupo de estudos em psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e que o corpo docente e discente foram orientados a procurar atendimento psicológico no Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda segundo as professoras, a comunidade escolar está “pagando” pelos dias de recesso pós-ataque com reposições de aulas em período de férias, e o programa Conviva, do governo, não funciona na unidade escolar.

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