Após várias reuniões com o governo e setores da economia, o relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM), vai ler nesta quarta-feira (25) a nova versão da proposta. Um dos principais avanços em relação ao texto aprovado na Câmara tem a ver com o novo valor do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), um dos pleitos dos governadores durante os debates no Senado. Pelo cronograma divulgado por Braga, a previsão é que o texto seja lido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quinta (26), com votação em 7 de novembro. Se aprovado, sua apreciação em plenário deve ocorrer até o dia 9. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram O conteúdo do relatório foi apresentado antes para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e para o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP). Além disso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deu sinais de que o Parlamento está alinhado com o governo em relação à economia e reforçou que a simplificação do sistema tributário é muito aguardada pelos brasileiros. “Uma vez votado na CCJ, vamos mandar imediatamente para o plenário do Senado. Acredito que no mês de novembro conseguimos votar tanto na CCJ quanto no plenário. É uma reforma muito aguardada pela sociedade”, afirmou. Ao todo, Braga analisou mais de 600 emendas ao texto durante a discussão da matéria no Senado. Entre as principais mudanças deve estar a alteração no FDR, inicialmente orçado em R$ 40 bilhões. Nesse caso, o relator acatou uma sugestão do governo federal, que considerou os pedidos de governadores para aumentar o montante que vai compensar as perdas de arrecadação causadas pelo fim do ICMS. Após se reunir com Haddad, Braga também disse que o FDR deixará de ter caráter fiscal e passará a ter caráter orçamentário e financeiro. “Minha opinião é que, quanto mais robusto for o FDR, mais robusta será a política de desconcentração da economia nacional e da redução da desigualdade regional e da desigualdade econômica”, afirmou. Alíquotas diferenciadas O relator também incluiu no relatório um dispositivo que permite que as alíquotas diferenciadas para setores beneficiados na reforma sejam avaliadas a cada cinco anos pelo Congresso Nacional. O texto prevê, por exemplo, que profissionais liberais pagarão alíquota reduzida, além dos setores de infraestrutura e de saneamento, que também serão beneficiados com desoneração. Segundo o senador, essa é uma medida necessária para avaliar se os incentivos fazem sentido para a economia brasileira. “Uma inovação importante é que a cada cinco anos haverá uma revisão dos regimes diferenciados, com uma análise do custo-benefício. Acho que isso é um importante sinal para o mercado e para a nação brasileira de que o Congresso Nacional fará uma revisão desses regimes para ver se eles se justificam”, disse Braga.
Relator da reforma tributária vai ler nesta quarta parecer com previsão de mais dinheiro para estados
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