As inovações e as descobertas tecnológicas são capazes de nos surpreender a todo momento. A mais nova delas surgiu a partir de uma pesquisa feita na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e vai dar muito o que falar ainda. Os pesquisadores fizeram uma descoberta que promete revolucionar a maneira como lidamos com a rede Wi-Fi. Isso, porque eles encontraram um jeito de usar a rede de internet rápida para capturar imagens de objetos estacionários, inclusive através de paredes. Pode até parecer mágica, mas não é. A equipe demonstrou os resultados durante a Conferência Radar 2023 do IEEE. Os estudiosos focaram em delimitar as extremidades dos objetos, o que ficou comprovado, e conseguiram até ler o alfabeto latino do outro lado de uma estrutura de madeira. Como tudo acontece? Os pesquisadores utilizam, basicamente, a Teoria da Difração Geométrica de Keller, segundo a qual a extremidade de um objeto gera uma espécie de cone de raios quando entra em contato com uma onda eletromagnética. Essa informação é crucial, pois é a partir dela que os cientistas conseguem criar um mapa do lugar onde o sinal de Wi-Fi está agindo. Com isso, é possível identificar a orientação das bordas dos objetos. O resultado final é obtido, então, com a ajuda de cálculos baseados em redes bayesianas, ou seja, o sistema prevê como os dados sobre a borda são propagados. Isso aprimora a capacidade de detecção de imagem. Até então, técnicas já desenvolvidas produziam somente imagens de baixa qualidade. Agora, com uso de três transmissores de Wi-Fi, os cientistas conseguiram prever variáveis, como curvatura e orientação das extremidades, melhorando a captação do design dos objetos. Recebimento do sinal Os pesquisadores utilizaram, ainda, um veículo não tripulado para atuar como receptor de Wi-Fi em movimento. O experimento se mostrou eficaz e obteve resultados surpreendentes. Esse tipo de descoberta pode gerar uma série de possibilidades, principalmente no campo de imageamentos por radiofrequência. O futuro, com certeza, deve ser marcado por uma melhora significativa nesse setor. Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator
Wi-Fi vira superpoder: agora ele deixa você “ver” através das paredes
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