O Senado aprovou nesta quarta-feira (25) o projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento até dezembro de 2027. O benefício vale para 17 setores da economia, entre eles o da construção civil, indústria têxtil e tecnologia da informação. O texto depende agora da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pelo texto, a contribuição previdenciária de 20% sobre a folha salarial será substituída por uma contribuição com alíquota entre 1% e 4,5% da receita bruta das empresas. O benefício já está em vigor, mas tem validade até 31 de dezembro deste ano. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram O projeto já havia sido aprovado pelos senadores; no entanto, como foi modificado na Câmara dos Deputados, precisou voltar para a análise da Casa. Durante a discussão na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o relator da matéria, senador Angelo Coronel (PSD-BA), rejeitou a maioria das alterações propostas pelos deputados, entre elas a que estendia a diminuição da contribuição previdenciária a todos os municípios brasileiros. Ele manteve uma mudança que fixa em 1% a alíquota de contribuição previdenciária de empresas de transporte rodoviário coletivo de passageiros. Atualmente, a taxa é de 2%. Os senadores que são favoráveis à matéria afirmam que a indefinição do tema está prejudicando o planejamento das empresas para 2024. Leia também: Lula sanciona projeto que compensa perdas do ICMS e reduz gastos com piso da Saúde neste ano O autor da matéria, senador Efraim Filho (União-PB), afirma que, caso a desoneração não seja mantida, cerca de 600 mil brasileiros poderão perder o emprego. “É um projeto de forte apelo social. O maior desafio do Brasil é gerar empregos e, principalmente, nos setores de emprego intensivo de mão de obra”, comentou. “Essa prorrogação gera emprego, aumenta receita e entra no mérito do planejamento. As empresas estão neste momento definindo preço, e para definir preço tem que ter a definição da regra”, afirmou o senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Apesar da pressão dos setores econômicos, a base do governo é resistente ao projeto de lei. O líder do governo, o senador Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que a equipe econômica tem o compromisso de analisar o tema dentro da reforma tributária. Entenda o que é a desoneração da folha de pagamento • O que diz o texto? Pelo projeto, a contribuição previdenciária patronal sobre a folha de salários será substituída por uma contribuição incidente sobre a receita bruta do empregador. A contribuição patronal é paga por empregadores para financiar a seguridade social. Então, em vez de o empresário pagar 20% sobre a folha do funcionário, o tributo pode ser calculado com a aplicação de um percentual sobre a receita bruta da empresa, que varia de 1% a 4,5%, conforme o setor. A contribuição não deixa de ser feita, apenas passa a se adequar ao nível real da atividade produtiva do empreendimento. Em outras palavras, as empresas que faturam mais contribuem mais. Com isso, é possível contratar mais empregados sem gerar aumento de impostos. Quais são os setores beneficiados? • Confecção e vestuário • Calçados • Construção civil • Call center • Comunicação • Construção e obras de infraestrutura • Couro • Fabricação de veículos e carroçarias • Máquinas e equipamentos • Proteína animal • Têxtil • Tecnologia da informação (TI) • Tecnologia da informação e comunicação (TIC) • Projeto de circuitos integrados • Transporte metroferroviário de passageiros • Transporte rodoviário coletivo • Transporte rodoviário de cargas • Empregos e salários Juntos, esses segmentos geram cerca de 9 milhões de empregos formais. Segundo os dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), a iniciativa garantiu, em 2022, um aumento de 19,5% na remuneração dos trabalhadores dos setores beneficiados. Se a folha não tivesse sido desonerada, o salário médio desses segmentos seria de R$ 2.033. Com a desoneração, a média salarial desses trabalhadores subiu para R$ 2.430.
Senado aprova desoneração da folha de pagamento para 17 setores até 2027; texto vai a sanção de Lula
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