“É preciso que as pessoas compreendam o tamanho da barbaridade que aconteceu ali e toda a cadeia de acontecimentos que levou ao que aconteceu. Nós mostramos quem são as pessoas que vivem no Vale do Javari, a riqueza cultural, a riqueza do conhecimento deles da floresta. Eu acho que a gente conseguiu passar também um pouco disso no meio de tanta tragédia, né?”, afirma a jornalista Sônia Bridi. ‘Vale dos isolados’, de Sônia Bridi, é um dos vencedores do Prêmio Vladimir Herzog — Foto: JN Na categoria Fotografia, “O Globo” ganhou com “Mutilados”, de Márcia Foletto. Em Arte, Vitor Massao, do Instituto Update, venceu com “Belicismo & Extremismo: A Política de Militarização do Poder”. O projeto “Querino”, de Tiago Rogero, da rádio Novelo, ganhou em áudio. Rebeca Borges, do “Metrópoles”, recebeu por “Ouro Líquido”, em Multimídia. O texto premiado foi “A Cova Rasa do Brasil”, de Gabriela Mayer, da revista “Piauí”. E em livro-reportagem, “Arrastados”, de Daniela Arbex. A defesa da liberdade de expressão é uma marca da premiação. “Não há uma democracia ampla se a gente não tem uma total liberdade de imprensa”, ressalta Ivo Herzog, presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog. A cerimônia também homenageou trajetórias de jornalistas. Esse troféu tem peso: carrega o reconhecimento por um trabalho feito em prol de temas como anistia e direitos humanos. É por isso que, na meia lua, tem a silhueta do jornalista Vladimir Herzog, um nome central na restauração da democracia depois do golpe de 1964. Glória Maria recebeu Prêmio Vladimir Herzog in memoriam — Foto: JN Sônia Bridi também ganhou esse prêmio pela defesa do meio ambiente. Outro foi para o jornalista e escritor Fernando Morais. E a repórter e apresentadora da TV Globo Glória Maria, que morreu em janeiro deste ano e inspirou gerações, recebeu o prêmio “in memorian” pelo pioneirismo e protagonismo na inclusão e em causas ligadas à diversidade. “A luta pela igualdade de oportunidades, pela inclusão e pela representatividade. Eu acho que a Gloria foi um dos grandes rostos que o Brasil teve nesse sentido”, diz o jornalista Bruno Astuto.