Na quarta-feira (25), um homem de 40 anos foi até uma casa de boliche da cidade de Lewiston, de 40 mil habitantes, e abriu fogo. O suspeito escapou, entrou em um carro, dirigiu cerca de 6,5 quilômetros até um bar e, novamente, atirou contra pessoas aleatoriamente. Até o fechamento dessa reportagem, 18 pessoas morreram e 13 ficaram feridas. Esse é o tiroteiro em massa com mais vítimas fatais nos Estados Unidos neste ano. Não há uma definição universal do que seja um ataque em massa –entre alguns especialistas, considera-se que para que um tiroteiro seja classificado assim é preciso haver quatro mortes, mas outros estudiosos afirmam que o caráter de mortes indiscriminadas é o mais importante. O site “Gun Violence Archive”, que monitora os casos, considera que um ataque em massa tem pelo menos quatro pessoas baleadas. De acordo com o site, neste ano houve 312 tiroteios em que o criminoso atirou de forma indiscriminada que deixaram pelo menos uma pessoa morta. O número de feridos nesses ataques é de 2.343. Propostas para combater as ameaças Em um estudo publicado pelo Instituto de Governo Rockfeller, as pesquisadoras Jaclyn Schildkraut e H. Jaymi Elsass afirmaram que poderia haver políticas públicas para tentar impedir esse tipo de ataque. Seriam formas de a polícia agir. Esse tipo de crime não é espontâneo e isso, na teoria, possibilita que haja intervenção prévia. Esses ataques em massa precisam ser planejados, e no processo de planejamento há oportunidades para que os agressores sejam identificados. Seria uma forma de neutralizar uma ameaça antes que ela se concretize.As pesquisas identificaram que quase todos os criminosos verbalizam seus planos a alguém, só que as pessoas que poderiam informar às autoridades que há uma ameaça para a segurança das pessoas não fazem isso. Em um caso recente em Buffalo, o criminoso chegou a descrever seus planos na internet. É preciso criar incentivos para que as pessoas que têm essas informações façam denúncias para a polícia. Polícia do estado do Maine faz grande operação em busca de atirador Dados sobre ataques O ataque mais violento da história recente do país aconteceu em Las Vegas, em 2017, quando 58 pessoas foram assassinadas e 441 ficaram feridas. O presidente dos EUA, Joe Biden, publicou um pronunciamento oficial em que lamenta a morte das pessoas em Maine e afirma que oferecerá tudo que for necessário para apoiar o povo do estado. No texto, Biden ainda apela aos republicanos no Congresso para que apoiem um projeto de lei que proíba rifles e cartuchos de altas capacidades, o que, segundo ele, levaria ao armazenamento seguro dessas armas. “Isto é o mínimo que devemos a todos os americanos que agora suportarão as cicatrizes – físicas e mentais – deste último ataque”, diz Biden. Maine não exige autorização para porte de armas Com cerca de 38 mil habitantes, Lewiston, no estado do Maine, faz parte do condado de Androscoggin e fica a cerca de 56 km ao norte da maior cidade do estado, Portland. O Maine tem baixos índices de criminalidade: durante todo o ano de 2022, foram registrados 29 homicídios ao todo. O estado não exige autorização para porte de armas, e tem uma cultura a de posse de armas que está ligada às suas tradições de caça e tiro esportivo. “Nosso pequeno estado de apenas 1,3 milhão de pessoas é conhecido há muito tempo como um dos mais seguros do país. Este ataque atinge quem somos e os valores que prezamos para esse lugar que chamamos de lar”, disse Janet Mills.