Mas por que São Judas Tadeu leva esse título? Padre Mário José, do Santuário Arquidiocesano São Judas Tadeu, em Belo Horizonte, disse que durante muito tempo São Judas Tadeu foi esquecido porque era confundido com Judas Iscariotes, também apóstolo, que traiu Jesus Cristo, entregando-o aos inimigos. Depois, Iscariotes se matou. São Judas Tadeu ressurgiu por volta do século XIV, com Santa Brígida, santa sueca, teóloga e mística. Ela contou que teve um sonho em que Jesus disse que São Judas Tadeu resolveria qualquer causa impossível. “Através dela, São Judas [Tadeu] ficou conhecido como o santo das causas impossíveis. Ela estimulava as pessoas a irem até o túmulo dele. Começou-se, então, uma peregrinação ao túmulo, em Roma, onde estão os restos mortais do santo”, contou o padre. História São Judas Tadeu nasceu em Galileia, na Palestina. Era um dos 12 apóstolos de Jesus. Filho de Alfeu – irmão de São José – e Maria de Cleofas, prima de Maria. Portanto, São Judas era primo de Jesus e irmão de Tiago, chamado o Menor, também apóstolo. Ele pregou na Galileia, na Samaria e, próximo do ano 50, fez parte no primeiro Concílio, em Jerusalém. Evangelizou na Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia, onde encontrou São Simão e passaram a viajar juntos. São Judas Tadeu foi assassinado por uma lança e decapitado por uma machadinha por ser um apóstolo que defendia a fé cristã. Ele foi morto na Pérsia, no dia 28 de outubro do ano 70 d.C. “Ele não aceitou a se curvar por deuses pagãos. Para escapar da morte, ele teria que negar Jesus Cristo”, explicou o padre. Mário José disse que, anteriormente, na imagem, o santo carregava uma flor de palma, que significa o martírio, e uma vela acesa, que representava a fé. Tempos depois, mudou-se para a lança e a machadinha, referindo-se às ferramentas utilizadas para matá-lo. São Judas Tadeu é considerado o santo das causas impossíveis — Foto: Arquidiocese de Belo Horizonte/Divulgação Celebrações Neste sábado, fiéis vão celebrar o santo em várias paróquias de Belo Horizonte. Carta no Novo Testamento Padre Mário José falou que no Novo Testamento há uma carta atribuída a São Judas Tadeu, mas que não se sabe ao certo se foi ele mesmo quem escreveu ou se foi uma comunidade cristã liderada pelo santo. A carta é pequena, com 25 versículos. Nela, a última menção a São Judas Tadeu contou que ele participou de um concílio, em Jerusalém, em que cristãos e judeus debateram sobre a circuncisão. Depois não se fala mais do santo. O documento, segundo o padre, chama os cristãos a viver a fé, a oração, o amor, o auxílio mútuo, sempre confiando em Jesus e se distanciando do mal. “Essa é a justificativa principal para que São Judas Tadeu seja o santo das causas impossíveis”, disse. Além disso, padre Mário José falou que a fé é nos leva a combater as causas impossíveis e que a carta fortalece os cristãos, incentivando-os a terem fé. “O critério da razão para se ter fé é a própria fé. A fé nos leva ao infinito, ao impossível. E só Deus é o impossível. Deus está no céu, que não é um lugar físico, é o infinito. Acreditar em coisas além das possibilidades triviais é ir para o infinito. Através da fé, as pessoas são capazes de realizar coisas impossíveis”, concluiu. Fiel acendeu vela e fez oração — Foto: Arquidiocese de Belo Horizonte/Divulgação Vídeos mais assistidos do g1 Minas