‘Minha vó é minha grande heroína’, afirma neto de idosa que morreu atropelada em SP

“A minha avó é minha grande heroína. É muito dolorido saber que ela se foi dessa forma”, afirma o neto de Alcina Affonso de Franco, de 82 anos, morta após ser atropelada no domingo (29), na zona norte de São Paulo. 

A idosa e as amigas Alzira Rodrigues Alves Teixeira, de 76 anos, e Leonilda Aparecida dos Santos, de 78, estavam a caminho da igreja, quando um carro em alta velocidade invadiu a calçada e as atingiu. Elas foram socorridas a hospitais da região, porém não resistiram aos ferimentos. 

Alcina morava sozinha em um apartamento, na região do Tucuruvi, localizado a menos de um quilômetro da igreja. Em razão da idade avançada e da mobilidade reduzida, ela sempre frequentava as cerimônias religiosas acompanhada das amigas, aos domingos e em outros dias da semana. Todas eram muito ativas e conhecidas na comunidade.

Ao R7, o jornalista Guilherme Franco Nannini, de 22 anos, contou que viu a avó pela última vez no sábado (28), enquanto comemoravam o aniversário do tio. Segundo o jovem, a idosa — que deixa dois filhos e dois netos — estava superfeliz, pois gostava de ver toda a família reunida. 

“Meus pais foram primeiro para o churrasco. Eu e a minha namorada fomos depois de Uber. A primeira pessoa que veio falar comigo foi, justamente, ela. Minha avó sempre brincava muito comigo, e ela disse: poxa não quer mais ver sua vó? Você chegou atrasado. Estava com tanta saudade’. Parece que foi algo do destino”, relembra, emocionado.

No sábado, Guilherme lembra de ter conversado sobre diversos assuntos com a avó, especialmente palavras-cruzadas, um passatempo que eles compartilhavam. “Eu falava que eu era um velhinho que nem ela”, afirma o jornalista.

Gratidão

Além do amor e do carinho, Guilherme é grato pela participação de Alcina em sua formação acadêmica. “Minha vó pagou praticamente todos os meus estudos. Conseguiu fazer com que eu me formasse em Jornalismo. Sem ela — e meus pais, claro — eu não teria conseguido fazer nada”, revela o jovem.

Aposentada há mais de 20 anos, Alcina trabalhou como chefe de uma repartição na Prefeitura de São Paulo. “Ela começou a trabalhar desde nova. Ela veio de uma família muito humilde. A minha mãe conta que nunca chegaram a passar fome, mas era uma família que realmente tinha tudo contado.”

 

Infância

“é uma parte muito tocante da minha vida”
Quando eu nasci, a minha avó já tinha por volta de 60 anos.
A gente brincava tanto. Minha vó fazia todos os esforços. Tadinha, eu quase matei ela uma vez. A gente tava jogando bola, e ela escorregou no tapete da sala, bateu as costas.
Como eu era o filho único, ela fazia tudo por mim.
Ela descia para brincar de qualquer coisa. Eu sou apaixonado por futebol…

Depois que cresceu, jogava muito buraco também
“desde sempre foi uma convivência alegre em que ela sempre tinha um sorriso no rosto. Na minha infância ela foi parte fundamental
porque quando meus pais, por exemplo, não estavam em casa, minha mãe tinha que sair e meu pai tava trabalhando, ela que ficava comigo. Ela fez a minha infância, porque jogava bola, brincava de carrinho, fazia o que foi preciso.
Então a minha avó é minha grande é grande heroína é muito dolorido saber que ela se foi dessa forma.

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