Irã releva mulher morta a pancadas por deixar de usar véu e cobra EUA e Israel por ‘crimes bárbaros’

Irã releva mulher morta a pancadas por deixar de usar véu e cobra EUA e Israel por ‘crimes bárbaros’

O Irã subiu o tom contra Israel e aliados — Estados Unidos, Alemanha, França e Espanha — ao disparar contra o que chamou de “crimes bárbaros” causados pelos ataques aéreos e pelas incursões por terra na Faixa de Gaza. A crítica ocorreu na Organização Internacional para Migrações, um órgão permanente da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta quinta-feira (2).

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O representante permanente do Irã no escritório de Genebra, Mehdi Aliabadi, disse que a ação do regime sionista para deslocar e evacuar à força a população palestina é “um exemplo claro de crime contra a humanidade” e avisou que os “ataques brutais levarão a uma nova crise migratória”. As informações são da Irna, a agência oficial de notícias do Irã.

“Seguindo a proposta do nosso país, os representantes do regime sionista [Israel], América, França, Alemanha e Espanha, numa ação coordenada, apoiaram os crimes desse regime e proporcionaram uma oportunidade para a representação do nosso país [Irã] explicar outros aspectos dos crimes bárbaros do regime sionista ao mesmo tempo em que rejeita as suas reivindicações infundadas”, acrescentou.

A declaração ocorre menos de uma semana depois da polêmica morte por espancamento de Armita Geravand, uma jovem de 16 anos que sofreu violência física da polícia da moralidade  do país dos aiatolás por ter se recusado a usar o véu islâmico (hijab).

Geravand foi espancada no dia 1º de outubro, entrou em coma e morreu no último sábado (28). A polícia da moralidade do Irã aplica o código de vestimenta islâmico, que obriga mulheres a cobrir os cabelos e a usar roupas compridas e largas.

Esta não é a primeira morte de uma mulher devido à recusa de usar o véu. Em setembro de 2022, Mahsa Amini, de 22 anos, estava sob custódia da polícia da moralidade quando apanhou e não resistiu aos ferimentos.

O país passou por uma série de protestos antigoverno, que se transformaram na maior demonstração de oposição às autoridades iranianas em anos. Desde então, inúmeras mulheres aparecem sem o véu em público, desafiando as autoridades locais. 

Aliabadi apontou o dever e pediu a saída de Israel do órgão especializado da ONU para situações migratórias: “Os membros da organização não podem ficar indiferentes a esta crise e simplesmente observar a formação de uma nova crise de deslocamento e migração”.

O Comitê Permanente da Organização Internacional para Migrações é uma das reuniões anuais mais importantes dessa organização, que ocorre em Genebra e conta com a presença de embaixadores e representantes dos países-membros da organização.

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