Algumas das razões incluem desconfiança sobre a tecnologia e valorização da autenticidade humana. A disparidade de gênero no uso de inteligência artificial é uma realidade que tem gerado debates. O ChatGPT, uma ferramenta de IA, observa uma relutância maior entre as mulheres em sua utilização quando essa realidade é comparada a dos homens. Embora a tecnologia seja útil, Harriet Kelsall, uma joalheira de Cambridge, na Inglaterra, expressa desconfiança sobre a ferramenta devido às informações incorretas fornecidas em um teste que ela realizou. Disparidade de gênero e inteligência artificial Uma pesquisa realizada no Reno Unido, no início deste ano, revela que 54% dos homens utilizam IA em suas vidas profissionais ou pessoais, enquanto apenas 35% das mulheres fazem o mesmo. O levantamento foi feito por uma empresa especializada em trabalho flexível. A desconfiança em relação à IA parece advir de várias razões, algumas das quais estão enraizadas em percepções culturais e sociais. Michelle Leivars, especialista em negócios, evita a inteligência artificial para manter sua voz e personalidade em sua escrita, valorizando a autenticidade. De forma similar, Hayley Bystram, fundadora de uma agência de encontros, preza pela personalização no processo de emparelhamento, evitando o uso de algoritmos. Imagem: BBC News Brasil/Reprodução Jodie Cook, especialista em tecnologia, aponta para uma raiz mais profunda da disparidade: a predominância masculina nos campos científicos e tecnológicos. No Reino Unido, apenas 24% da força de trabalho nesses campos é feminina, o que pode contribuir para uma falta de confiança entre as mulheres ao utilizar ferramentas de IA. O psicólogo Lee Chambers acrescenta que as mulheres podem temer que suas competências sejam questionadas ao usar IA. Isso é um reflexo das normas sociais que muitas vezes desacreditam as habilidades femininas. A questão central, como apontado por Kelsall, é o valor atribuído à autenticidade e criatividade humana, que muitas mulheres temem que seja perdido com a adoção ampla da IA. Essa análise sugere a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre como a IA é apresentada e integrada na sociedade, garantindo que a tecnologia seja acessível e atrativa para todos, independentemente do gênero.
