Ministério da Justiça muda regras de segurança interna após visitas de mulher de chefe de facção

Ministério da Justiça muda regras de segurança interna após visitas de mulher de chefe de facção

O Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou, nesta segunda-feira (13), uma portaria que muda as regras de acesso à sede da pasta após a mulher de um líder de facção criminosa participar de encontros dentro do prédio com secretários e gestores. Luciane Barbosa Farias esteve ao menos duas vezes no Palácio da Justiça neste ano. Ela é esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, um dos líderes do Comando Vermelho, que foi preso em dezembro de 2022. A norma é assinada pelo secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli. A obrigatoriedade de um cadastro com antecedência de 48 horas entrou no protocolo de acesso para reuniões no ministério. Os visitantes e os acompanhantes deverão informar nome e CPF. Assim, será possível realizar uma checagem por parte da equipe de inteligência, outra etapa que será adotada para evitar casos como esse.  Apesar de reconhecer a visita, o ministério explicou que Luciene não foi a requerente da audiência, e, sim, uma entidade de advogados. “A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes”, disse a pasta em nota oficial.  • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto Luciene, que também é conhecida como “dama do tráfico amazonense”, esteve com Elias Vaz, secretário nacional de Assuntos Legislativos, em março. Ele explicou que a audiência atendia a uma solicitação da Associação Nacional da Advocacia Criminal, feita pela advogada Janira Rocha, ex-deputada estadual no Rio de Janeiro. Janira entrou acompanhada de duas mães de jovens assassinados — que pediram celeridade nas investigações das mortes dos filhos —, além de Luciane Farias, que falou sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário brasileiro. “Por esta razão, foi sugerido à advogada Janira Rocha que elas procurassem a Secretaria Nacional de Políticas Penais”, explicou Vaz. Em maio, Luciene participou de outro encontro para levar o assunto. “Não houve qualquer outro andamento do tema”, disse o Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Sobre a atuação do Setor de Inteligência, era impossível a detecção prévia da situação de uma acompanhante, uma vez que a solicitante da audiência era uma entidade de advogados, e não a cidadã mencionada no pedido de nota”, declarou a pasta. Além do marido, Luciene também é condenada em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa. No entanto, ela recorre em liberdade da sentença de dez anos de prisão. Já Tio Patinhas cumpre 31 anos de prisão no Amazonas. 

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