Lacalle Pou participou de homenagem ao lado de comissário da OEA, o brasileiro Fernando Lottenberg
– Eugenio Goussinsky
País de pequenas dimensões, já considerado a Suíça sul-americana, o Uruguai agora se tornou uma das nações que mais têm se manifestado repúdio ao antissemitismo.
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O Uruguai foi um dos que se abstiveram de votar uma resolução não vinculativa na ONU para alcançar “uma trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada, levando à cessação das hostilidades” entre Israel e o Hamas.
Mesmo criticado, o governo do presidente Luis Lacalle Pou, do Partido Blanco (centro-direita) manteve essa posição por considerar legítimo o direito de defesa de Israel, depois dos ataques terroristas de 7 de outubro. Há a convicção de que a reação é direcionada a neutralizar o grupo terrorista.
Além disso, o presidente se mostrou preocupado com a disseminação do discurso de ódio aos judeus. Lacalle Pou participou de cerimônia de homenagem às vítimas da Noite dos Cristais, ataques ocorridos em 9 de novembro de 1938, quando partes das populações alemã e austríaca saquearam estabelecimentos judaicos. O acontecimento foi considerado o prenúncio do Holocausto.
Ele testemunhou o acedimento de seis velas e acendeu a sétima da menorá (candelabro sagrado judaico, com sete braços).
Além Lacalle Pou, participaram da cerimônia autoridades como o brasileiro Fernando Lottenberg, representante do comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) de Combate ao Antissemitismo, e o uruguaio Andrés Yusupoff, presidente da B’nai B’rith Uruguai, entidade judaica que sediou o evento em Montevidéu.
Redes sociais e universidades
Em seu discurso, na ocasião, Lottenberg disse ser importante saber dissociar o povo judeu da política do governo de Israel.
Ele citou como exemplos a serem combatidos a disseminação do antissemitismo nas universidades e nas redes sociais.
“Denunciamos os atos antissemitas que ocorrem em alguns campi e instamos os reitores das universidades a condená-los e a garantir que os seus estudantes judeus, como todos os outros, tenham a segurança e o apoio necessários”, ressaltou Lottenberg.
Ele acrescentou.
“Estamos preocupados com o aumento online de mensagens antissemitas, desinformação, discursos de ódio e conteúdos terroristas que instigam crimes de ódio no mundo real e ameaçam a coesão social que une as nossas sociedades democráticas.”
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