Parlamentares brasileiros de esquerda lamentaram, neste domingo, 19, a vitória do economista liberal Javier Milei na Argentina. Os políticos integram a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não é alinhado a Milei. “Sinto muito que a Argentina tenha elegido o Milei”, escreveu o deputado federal André Janones (Avante-MG). “Mas, eles conseguiram a façanha de se tornar o primeiro país a ser governado por um cachorro que já morreu.” + Lula parabeniza eleições argentinas sem citar Javier Milei Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) classificou a eleição de Milei como a “repetição de uma tragédia” e disse que a luta contra o “fascismo” continua. “Será uma batalha duríssima, mas não tenho dúvidas que nossos irmãos argentinos resistirão com muito firmeza às cenas de um filme que já conhecemos aqui no Brasil”, redigiu Boulos. “Não importa onde, não importa quando, contem conosco na luta contra fascismo e na defesa da democracia.” A deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP), que mais cedo endossou apoio ao candidato governista Sergio Massa, escreveu que Milei é de “extrema direita”. + “Javier Milei chama Lula de ‘comunista’ e ‘corrupto’ “Na Argentina, foi eleito hoje o representante da extrema direita, Milei”, escreveu a deputada. “Uma tragédia para o povo trabalhador e para todo o continente”, A desilusão diante da política econômica anti-povo e da ausência de transformações reais deu vantagem para a demagogia e desfaçatez. Um resultado lamentável. Organizar-se e lutar contra a barbárie será mais necessário que nunca, como bem sabemos no Brasil. Todo apoio ao povo argentino nas batalhas que virão!” Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) espera que o governo de Milei “respeite a democracia” e destacou que a vitória do liberal é um “alerta” para o Brasil. + Bolsonaro, sobre vitória de Milei: ‘A esperança volta a reinar na América do Sul’ “O resultado das eleições argentinas corroboram que o avanço da extrema-direita, potencializado pelas redes, é uma realidade em todo o mundo”, redigiu Randolfe. “Que o histórico de coragem, luta e resistência do povo argentino não arrefeça e que, acima de tudo, a democracia seja respeitada pelo novo governo, como tem sido por seus opositores. Para nós, no Brasil, fica a lição e o alerta. É preciso estar atento e forte!” + Parlamentares da oposição comemoram vitória de Javier Milei na Argentina Presidente eleito da Argentina, Javier Milei, da direita, é crítico de “comunistas” Javier Milei: presidente eleito da Argentina | Foto: Reprodução/Clarín A vitória de Javier Milei representa um baque para esquerda de dentro e de fora da Argentina. Responsável por tirar o peronismo e o kirchnerismo do poder, ele tem histórico de criticar publicamente atores “progressistas” no cenário mundial. + “Argentina dá calote em bananeiros da Bolívia e do Paraguai” Enquanto candidato, o membro da coligação A Liberdade Avança afirmou que deixaria de manter relações comerciais com o Brasil e com a China. Na semana passada, ele classificou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, como “corrupto” e “comunista”. Partido de Lula, o PT anunciou formalmente apoio à candidatura do agora derrotado Sergio Massa. Como presidente da Argentina, Milei terá de encarar problemas a serem deixados pela esquerda. Atualmente, o país registra inflação anual acima dos 140%. Desvalorizado, cada peso vale, no câmbio oficial, US$ 362. Indicadores divulgados em setembro mostram que a pobreza tornou-se problema para cerca de 40% da população. Leia também: “‘As tentativas de argentinizar o Brasil serão frustradas’”, entrevista com o economista publicado na Edição 188 da Revista Oeste