Em grandes metrópoles, é comum haver trânsito e lotação no deslocamento para o trabalho. No caso de greves de parte do transporte público, então, a situação se torna ainda mais grave, limitando as opções para chegar ao trabalho. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp• Compartilhe esta notícia pelo Telegram• Assine a newsletter R7 em Ponto Dessa forma, os ônibus ficam mais abarrotados que o normal e o trânsito se torna ainda mais lento, atrasando a população para o trabalho. Além disso, a atipicidade ocorrida no transporte pode provocar uma elevação do estresse, crises de ansiedade e até piorar os quadros de fobia social, claustrofobia e crises de pânico. A psiquiatra Jéssica Martani afirma que pessoas com fobia de se atrasar podem ter grande sofrimento diante das circunstâncias em que o trânsito se encontra lento e que o quadro pode piorar com o passar do tempo, trazendo a sensação de que as coisas darão errado. A neuropsicóloga Tammy Marchiori explica que o transtorno não afeta apenas adultos, mas crianças e adolescentes também. “Para amenizar o estresse causado pela fobia de se atrasar, especialmente em dias imprevisíveis, como em greves de transporte público, é importante adotar estratégias de enfrentamento adaptativas. Isso inclui planejamento antecipado, como verificar alternativas de transporte e ajustar horários, e também o desenvolvimento de uma mentalidade mais flexível e tolerante à incerteza, reconhecendo que nem todos os aspectos de uma situação estão sob controle”, diz Tammy. As profissionais afirmam que, para pessoas com transtornos ansiosos ou claustrofobia, é importante reconhecer a importância do autocuidado, que pode exigir o uso de medicações ou técnicas que podem ser aprendidas por meio da TCC (terapia cognitivo-comportamental), ajudando a entender e gerenciar pensamentos e reações em situações estressantes. “Práticas de atenção plena podem ajudar a manter a calma e a focar o momento presente, reduzindo a ansiedade. Manter um diário de sentimentos e experiências pode ser útil para identificar padrões e gatilhos específicos da ansiedade, facilitando o manejo dessas situações”, ressalta a neuropsicóloga. É importante, também, que tais pacientes passem por uma exposição gradual orientada para dessensibilizar a resposta do corpo e da mente a situações que provocam ansiedade. Isso pode envolver a exposição controlada e progressiva ao elemento causador do desconforto, como a superlotação, em um contexto seguro. Técnicas de respiração e de relaxamento podem ser eficazes e discretas para ajudar nesses momentos. Outra alternativa possível é a distração da mente com música ou a leitura de livros, assim como conversar com outras pessoas durante o trajeto, diminuindo o estresse do deslocamento. Para quem não possui problemas que podem ser agravados diante da lotação e maior lentidão, em vista do estresse diário, a recomendação é o ajuste de horários, evitando o horário de pico conforme a possibilidade. Há, ainda, a possibilidade de experimentar rotas alternativas ou outros meios de transporte, como a bicicleta, ou seguir a pé, caso a distância permita. Este tempo pode ser aproveitado junto de um audiobook ou um podcast, que, além de tirarem o foco do estresse, podem ser uma boa oportunidade de aprendizado.