Governantes de vários países lamentaram a morte do ex-secretário de estado dos EUA, Henry Kissinger, aos 100 anos, na quarta-feira (29). O diplomata atuou por décadas na política externa americana e moldou as relações do país com o mundo.
Kissinger chefiou o Departamento de Estado nos governos de Richard Nixon (1969-1974) e Gerald Ford (1974-1977).
Em 1973, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelos esforços na assinatura de um cessar-fogo na guerra do Vietnã, juntamente com o político vietnamita Le Duc Tho, que o recusou.
Em nota emitida nesta quinta-feira (30), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, chamou o diplomata de “homem de estado sábio e visionário”.
“O nome de Henry Kissinger está estreitamente ligado a uma política pragmática que permitiu acalmar tensões internacionais e propiciou acordos muito importantes entre Estados Unidos e União Soviética, que contribuíram para reforçar a segurança mundial.”
Já com 100 anos, Kissinger fez uma visita-surpresa a Pequim, para se encontrar com o presidente Xi Jinping.
Por meio do Ministério das Relações Exteriores da China, o presidente expressou suas condolências em um comunicado.
“Durante sua vida, o doutor Kissinger atribuiu grande importância às relações sino-americanas e acreditava que essas relações eram cruciais para a paz e prosperidade da China, dos Estados Unidos e do mundo. China e Estados Unidos devem herdar e promover a visão estratégica, coragem política e sabedoria diplomática do doutor Kissinger, aderir ao consenso importante alcançado pelos presidentes chinês e americano em sua reunião em São Francisco [em 15 de novembro de 2023], manter o respeito mútuo, a convivência pacífica e a cooperação ganha-ganha, e promover o desenvolvimento saudável e estável das relações sino-americanas de forma sustentável”, disse o governo chinês.
O presidente da França, Emmanuel Marcon classificou o ex-secretário como “um gigante da história”.
“O seu século de ideias e diplomacia teve uma influência duradoura no seu tempo e no nosso mundo. A França endereça as suas condolências ao povo americano”, escreveu no X.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também se manifestou na mesma rede social.
“A estratégia e a excelência na diplomacia de Henry Kissinger moldaram a política global ao longo do século 20. Sua influência e legado continuarão a repercutir no século 21.”
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, acrescentou que “Henry Kissinger moldou a política externa americana como poucos”.
“O seu compromisso com a amizade transatlântica entre os EUA e a Alemanha foi significativo, e ele sempre permaneceu próximo da sua pátria alemã. O mundo perdeu um grande diplomata”, lamentou.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a morte de Kissinger “marca o fim de uma era em que o seu formidável intelecto e a sua capacidade diplomática moldaram não só o curso da política externa americana, mas também tiveram um impacto profundo na cena global”.
“Henry Kissinger não foi apenas um diplomata; ele foi um pensador que acreditava no poder das ideias e na importância do capital intelectual na vida pública. As suas contribuições para o campo das relações internacionais e os seus esforços na navegação em alguns dos terrenos diplomáticos mais desafiadores são um testemunho das suas extraordinárias capacidades”, escreveu.