O Congresso dos Estados Unidos deve decidir, nesta sexta-feira (1º), se expulsa ou não o republicano George Santos, após um recente relatório com diversas irregularidades e crimes financeiros nos quais ele está envolvido, algo que o brasileiro-americano considerou, na quinta-feira (30), como um “cerco” intimidatório e “uma perseguição” política.
Santos, de 35 anos, filho de imigrante brasileiros, manteve-se desafiador nesta quinta ao dar uma entrevista coletiva antes da terceira tentativa legislativa de expulsá-lo, considerando-o “inapto” para exercer o cargo: “Se [eu] for embora, eles ganham”, disse aos jornalistas em frente ao Capitólio.
“Isso é perseguição”, afirmou Santos, cujo destino estará em jogo nesta sexta-feira na Câmara dos Representantes, onde já fracassaram as duas tentativas anteriores de expulsá-lo e exige-se maioria de dois terços dos 435 assentos para consegui-lo.
Mas, desta vez, não se descarta que até mesmo alguns de seus correligionários apoiem sua saída.
Há duas semanas, um relatório dos legisladores republicanos e democratas membros do Comitê de Ética da Câmara encontrou “enormes evidências” de má conduta por parte de Santos e alegou que ele havia “tentado explorar de maneira fraudulenta todos os aspectos de sua candidatura à Câmara para seu próprio benefício financeiro”.
Esse advogado eleito pelo estado de Nova York declarou à imprensa que “toda vez por diferentes motivos persistem” em sua tentativa de expulsá-lo, mas está decidido a “seguir lutando” para provar sua inocência frente a “todas as acusações”.
Considerou que “bandidos” o pressionavam e se negou a renunciar.
Recentemente, Santos declarou-se inocente de acusações federais, como ter fraudado as suas doações de campanha, assim como de lavagem de dinheiro e fraude eletrônica.
Entre outras coisas, é acusado de utilizar dinheiro de doações em cirurgias com técnicas de Botox e como usuário de site pornográfico, fraude com cartões de crédito e roubo de identidade. Também é acusado de receber seguro-desemprego ao qual não tinha direito durante a pandemia do coronavírus, antes de sua eleição.
O legislador chegou ao Congresso em 2022, ajudando os republicanos a conseguir uma maioria mínima na Câmara.
No entanto, pouco tempo depois, revelou-se que havia mentido sobre quase tudo o que constava em seu currículo aparentemente extraordinário.
Se a expulsão for confirmada, será a primeira vez desde 2002 que a Câmara expulsa um dos seus. Apenas cinco legisladores foram expulsos da Câmara dos Representantes.