Representatividade, ídolos que inspiram e histórias que apaixonam: a conexão dos brasileiros com os livros

Representatividade, ídolos que inspiram e histórias que apaixonam: a conexão dos brasileiros com os livros

Em 2022, foram vendidos 314 milhões de livros, um aumento de 3% em relação ao ano anterior. E uma das recentes febres nacionais tem sido o livro “Torto Arado”, de Itamar Vieira Júnior, com 790 mil cópias vendidas.” Itamar foi entrevistado por uma fã e conta que começou a escrever aos sete para oito anos, e de início tinha vergonha de suas obras. “Não sabia nada e além de não saber, eu tinha bastante vergonha de mostrar as coisas que eu escrevia”, diz. Itamar não imaginava que suas histórias alcançariam tanta gente e na era da tecnologia, ele escreve seus romances à mão e em qualquer caderno que puder. “Nunca [imaginei que minhas histórias tomariam essa proporção]. Eu escrevo pensando nas pessoas à minha volta. É como seu eu estivesse sentado aqui contando uma história para você”, diz o autor. Itamar Vieira Junior dá dicas para quem quer começar na profissão de escritor A literatura e a cultura de formas inusitadas E não é só de escritores e fãs apaixonados que vive a literatura brasileira. Ela ganha novos significados na criatividade e solidariedade do brasileiro, que se reinventa para consumir histórias e compartilhar a leitura. O baiano Augusto tinha o sonho de abrir um centro cultural, e ele acabou criando a ‘bibliocicleta’, uma biblioteca móvel em sua bicicleta em que ele leva livros gratuitos para quem quiser pegar na cidade de Simões Filho, a 20 km de Salvador. Conheça a ‘Bibliocicleta’, invenção que usa bike para distribuir livros à população Se o livro é uma janela para o mundo, o casal Wanderley e Glória levaram ao pé da letra. O casal decidiu seguir os passos da vida e dos contos de seus três autores favoritos, Fernando Sabino, Érico Veríssimo e Jorge Amado. De Belo Horizonte ao Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, foram muitas as aventuras e as emoções. (Veja mais no vídeo abaixo) Glória e Wanderley são apaixonados por literatura. — Foto: Reprodução/Globo Repórter Tem quem viva a literatura na pele, literalmente. “Os livros mudaram a minha vida de tantas maneiras que eu que precisava ter uma prova física disso em mim. Eu precisava que ela ficasse registrada na minha pele”, diz Lucas Barros, que pediu à autora Carla Madeira escrevesse uma passagem de um livro seu no braço dele. (Veja na foto abaixo) Lucas Barros mostra sua tatuagem. — Foto: Reprodução/Globo Repórter Representatividade na literatura brasileira “Sem modéstia alguma, eu vou dizer que a minha literatura é universal”, crava Conceição Evaristo. Entenda a conexão dos brasileiros com os livros. — Foto: Reprodução/Globo Repórter A consagrada autora, que trouxe uma maior inclusão dos pretos na literatura, reuniu uma legião de fãs nas ladeiras do bairro da Saúde, no Rio de Janeiro, na inauguração da “Casa de Escrevivência”, em julho. “É um espaço bem pequeno com grandes intenções. A nossa ideia é que essa Casa Escrevivência seja um polo especializado em culturas negras e oficinas de criação”, diz Conceição. Premiada, Conceição Evaristo foi doméstica e publicou seu primeiro romance aos 57 anos Adriel Bisco de Souza, de apenas 16 anos, é um influencer negro que dá dicas e faz reviews de livros nas redes sociais e já tem 435 mil seguidores. Quando decidiu escrever um livro, ele se descobriu protagonista, com um perfil parecido com o de muitas crianças brasileiras e ajudou a expandir a fronteira do negro na literatura. “Crianças pretas que não se viam muito nem nas telas de televisão, nem páginas de livros ilustrados, então quis trazer essa representatividade para eles, porque eu também não me via”, conta Adriel. A inclusão do público LGBTQIA+ é uma prioridade para a escritora baiana Elayne Baeta. Com apenas 26 anos, ela se dedica a um tema ainda visto com má vontade pelos mais conservadores e já vendeu 100 mil livros. “A gente vai com a cara e com a coragem com muito amor no peito porque a gente que autor LGBTQIA+ a gente publica livro para representar pessoas”, conta Eláyne. A escritora conta que uma das razões pela qual começou a escrever é que tinha dificuldades de encontrar livros com a temática. “Eu comecei a escrever por não me ver em nada, assim eu costumava ler livros de romance hétero e ficava trocando os nomes na minha cabeça. Então, se era sobre Camila e Juliano, eu substituía por Camila e Juliana e ia completando assim a história”, diz. Escritora baiana Elayne Baeta. — Foto: Reprodução/Globo Repórter Veja a íntegra abaixo: Edição de 01/12/2023 Confira as reportagens do programa:

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