Conheça a uva benitaka: 100% paranaense, cachos de até 1kg e sabor adocicado

Essa uva é 100% paranaense e, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi obtida pelo produtor Sadao Takakura, em Floraí, em 1988, a partir de uma mutação somática espontânea da uva Itália. Uma das características desta uva é o cacho grande, e ela tem maior produtividade com pouca água. “Hoje estamos colhendo 200 quilos, mas mais tarde vai ter um pedido de mil quilos”, diz a agricultora Dorvalina da Silva. A colheita vai até janeiro, e a torcida dos agricultores é por menos chuva – a alta umidade racha os grãos, que precisam ser retirados. Isso diminui o peso dos cachos, e o produtor perde lucro. “Ela racha no ‘pezinho’ e racha até na baga. Fazemos a limpeza e perde no peso, um cacho que é para dar um quilo, depois de tirar, dá 800 gramas, 700 gramas, se chover demais”, diz Valdemar. Características da uva benitaka resultante de mutação somática espontânea da cultivar Itáliacoloração rosada escuracachos são grandes, com peso médio de aproximadamente 600g bagas grandes de 8g a 12gsabor moscatelpolpa é crocante Os grãos da uva benitaka costumam ser mais doces e com cachos pesados – alguns podem chegar a um quilo. “É uma uva 100% paranaense, desenvolvida através da enxertia da uva Itália, e tem essa característica rubi, que é uma das causas [de ela] ter caído no gosto do pessoal”, diz Paulo Mileo, técnico do Departamento de Economia Rural do Paraná. “Tem uma coloração boa, sabor agradável e bagos grandes.” Produção de uva no Paraná O Paraná é o sexto no país em produção de uvas. Marialva, também no norte do estado, lidera o cultivo. Em 2022, mais de 52 toneladas de uvas foram colhidas no estado e são as uvas de mesa que dominam os parreirais paranaenses, segundo a Secretaria Estadual de Agricultura. Dorvalina e o marido trabalham há 15 anos na produção de uvas em Assaí, e estão animados com a expectativa de colher 20 toneladas durante a safra. E para não faltar comprador, há uma estratégia. Segundo o agricultor Valdemar da Silva, a parreira é dividida em duas etapas, dois tratamentos e podas. “Se eu fizer a poda de uma vez só, ela vai chegar de uma vez só – e, às vezes, não tenho comprador para tudo isso. Então, faço ‘parcelado’, e vou colhendo por etapas”. Assim, a produção consegue suprir a demanda das centrais de abastecimento para as festas de fim de ano e também traz renda para a família durante todo o ano seguinte. Os grãos da uva benitaka costumam ser mais doces e com cachos pesados — Foto: Reprodução/RPC Leia também Dorvalina e o marido trabalham há 15 anos na produção de uvas em Assaí — Foto: Reprodução/RPC Na propriedade da família Silva, o casal exibe as uvas com orgulho. Para obter bons resultados, a receita do sucesso inclui pouca umidade, cuidado e muito trabalho. “É difícil ver uma pessoa que não gosta de uva, bem docinha, tem que colher certo”, Valdemar diz. “O clima tem ajudado bastante, ela está bem uniformizada.” E, em época de colheita, a torcida é por mais dias de sol. “A chuva tem sido bastante, mas até agora, não tem estragado nada”, Valdemar diz. “Tem tudo para dar certo.” Vídeos mais assistidos no g1 PR: