É mais difícil conseguir uma vaga em uma universidade pública com o Provão Paulista do que passar na Fuvest, o vestibular mais concorrido do país. Neste ano, 385,9 mil estudantes do terceiro ano do ensino médio fundamental participaram do Provão tentando garantir uma das 15.369 vagas oferecidas na USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Unesp (Universidade Estadual Paulista), Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) e Fatecs (Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo). Ou seja, há 25 alunos disputando uma vaga nessas universidades. Na Fuvest, a concorrência global é menor: o processo seletivo para vagas na Universidade de São Paulo teve 99.570 candidatos concorrendo a uma das 8.147 vagas que serão oferecidas em 2024 — uma relação média de 12 inscritos por vaga oferecida, menos da metade da concorrência registrada no Provão Paulista. A dificuldade de obter uma vaga em universidade através do Provão Paulista levantou questionamentos entre os especialistas. Uma vez que o número de vagas é limitado, os alunos terão que apresentar desempenhos excelentes para garantir uma vaga, afirma Gilberto Alvarez, coordenador do cursinho da Poli. “Quando a quantidade de vagas é muito pequena, a nota que o estudante vai precisar é alta”, explica. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto “Mesmo que a prova seja mais fácil que o Enem, embora eu não acredite, o estudante terá que ter uma excelente nota.” Para o aluno do 3º ano Emerson Tagni, 19 anos, a iniciativa não é correspondente com a realidade nas escolas, já que a diferença entre vagas e alunos é “gigantesca e desproporcional”. Tagni também reclamou que o conteúdo cobrado no Provão não correspondia àquele ensinado em sala de aula. “Tivemos um ano inteiro de matérias como projetos de vida e educação midiática que não caíram na prova”, afirmou o estudante. Essas aulas fazem parte da grade do novo ensino médio, implementado em 2017. “Imagina não ter acesso às matérias básicas do terceiro ano, como história, química, física e biologia. Chega no dia da prova, [a alternativa] é ter que chutar”, acrescentou o jovem. Essa é a primeira edição da iniciativa do governo de São Paulo, destinada aos alunos de escola pública do estado que buscam um lugar nas universidades. O exame ainda contou com polêmicas de vazamento do tema da redação na véspera da aplicação. A Seduc-SP (Secretaria de Educação de São Paulo) criou uma comissão para investigar falhas e irregularidades do Provão. * Sob a supervisão de Pedro Marques