Vômitos, diarreia e gastrite: veja os efeitos do consumo de pimenta entre crianças

Vômitos, diarreia e gastrite: veja os efeitos do consumo de pimenta entre crianças

Nos últimos dias, o pequeno Maverick, de 2 anos, viralizou com sua reação ao provar uma refeição de sua mãe, Amelia, que levava em seus ingredientes a famosa pimenta jalapeño. O garoto de Louisina (EUA), no primeiro momento, olha desconfiado para a câmera e, quando a mãe coloca a mão para que ele cuspa, ele nega com a cabeça e começa a sorrir com o sabor. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto A gravação viralizou na internet e chamou a atenção dos espectadores, levando ao questionamento sobre se oferecer pimentas para bebês e crianças era ou não perigoso. Veja a seguir: Os pediatras Paulo Telles e Anna Bohn, ambos membros da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), afirmam que, apesar da estranheza que a orientação possa gerar, pimentas podem ser oferecidas às crianças a partir do primeiro ano de idade, mas com precauções.  “Durante o primeiro ano de vida, crianças estão em introdução alimentar sólida e se acostumando a diferentes sabores. Introduzir temperos intensos, como a pimenta, desde o início pode atrapalhar a aceitação dos alimentos. Além disso, crianças possuem o sistema intestinal e a pele mais sensíveis, podendo gerar desconfortos na região, ou irritações de pele devido ao contato direto da pimenta”, afirma Anna.  Ela afirma que algumas crianças podem ter maior tolerância a alimentos apimentados, se estes forem consumidos pela mãe durante o período de aleitamento. No entanto, a inserção do ingrediente no cardápio deve ser feita de modo leve e gradual, para evitar reações como excesso de calor, e garantir que a criança não se confunda sobre quais alimentos são naturalmente picantes. Antes de 1 ano, é recomendado incluir, gradativamente, alguns temperos, como manjericão, orégano, cebola, alho e gengibre quando ele já estiver aceitando uma boa parte dos alimentos iniciais, de modo a entender a sensibilidade aos sabores. Depois, pode-se passar a colocar canela e noz-moscada nas refeições.  Após o primeiro ano, com a aceitação dos ingredientes anteriores, é possível iniciar o uso de cúrcuma, páprica, pimenta-do-reino, cardamomo e cravo. Por fim, curry e pimentas mais ardidas como malagueta, jalapeño e dedo de moça podem ser colocadas na alimentação da criança. As pimentas mais ardidas devem ser colocadas em pequenas quantidades para observar a aceitação da criança.  “Você pode começar combinando com outros alimentos e especiarias. Pimentas com cominho e alho são uma ótima mistura de temperos. O ideal é fazer após a introdução estar bem estabelecida e que a criança já esteja na fase de novas experiências”, aconselha Telles. Ele indica, ainda, a remoção das sementes e da estrutura que as segura para reduzir a sensação de calor e ardência.  Os médicos recomendam que o consumo seja esporádico e que pode haver maior frequência após os 5 anos, quando o sistema gastrointestinal já está mais maduro. Embora pimentas como a jalapeño sejam boa fonte de vitaminas C, B6, E e K e sejam majoritariamente compostas de água (92%), essa e outros tipos (dedo-de-moça e habanero) podem gerar efeitos colaterais nas crianças, incluindo vômitos, náuseas, diarreia, salivação excessiva, gastrite, cólicas intestinais e indisposição. “Pimentas vermelhas intensas, com ardor intenso e sensação de queimação, são especialmente prejudicais. Elas possuem capsaicina, uma substância alcalina, comum a pimentas desse grupo mais ardido, que é responsável pelos sintomas. Em excesso, podem inclusive levar a picos hipertensivos e matar”, alerta Anna. Por fim, Telles ressalta que os bebês podem desfrutar de sabores fortes, incluindo pimentas, mas é importante começar com sabores suaves e ajustar o nível de especiarias para se adequar à criança, e que isso não seja feito em troca de curtidas nas redes sociais. 

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