A impressão do rosto do bebê em 3D revolucionou a experiência das gestantes e de familiares com deficiência visual. Dessa forma, a pessoa cega pode ter a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento do filho e conhecê-lo por meio do toque. Foi o caso de Mellina Reis, de 40 anos, que é cega e está grávida pela primeira vez. Um ultrassom feito com 26 semanas de gestação, no dia 8 de novembro deste ano, foi replicado digitalmente e, assim, ela teve a oportunidade de sentir o rosto de Sofia. Veja abaixo o vídeo. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto “Para a minha mãe e o meu marido, que estão participando ali do ultrassom, eles estão vendo. Eu sei o que eles vão me descrevendo, mas nossa forma de ver (quando a pessoa é cega) é tocando”, disse, emocionada. Por meio das redes sociais, a turismóloga é conhecida pelo perfil 4 Patas pelo Mundo. Ela descreve as aventuras ao lado do seu cão-guia chamado Hilary, além de abordar temas como acessibilidade. Agora, também tem compartilhado suas experiências como gestante e deficiente visual. “Poder tocar e criar, através do toque, o rosto da minha filha é muito importante. Conseguir sentir como é o rostinho da minha filha ainda dentro do meu útero foi algo muito emocionante. O projeto me proporcionou ter essa experiência incrível”, afirmou Mellina após receber do marido, o administrador Renato Durval, a impressão em 3D do rosto da menina, cujo nascimento está previsto para fevereiro de 2024. Um dos idealizadores do projeto é o ginecologista e obstetra Heron Werner, especialista em medicina fetal do Alta Diagnósticos, marca pertencente à Dasa, rede de saúde integrada do Brasil. Segundo ele, a ideia surgiu de uma parceria estabelecida entre a Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI/Dasa) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). A impressão para deficientes, por meio do Projeto Feto 3D, começou em 2011. “Fazemos pesquisas na área de obtenção de imagens de formas não invasivas em exames médicos, visando a replicação tridimensional em meio físico por meio das impressoras 3D. Nesse processo, começamos a estudar a aplicabilidade da impressão 3D à medicina fetal para conectar deficientes visuais com os seus bebês antes mesmo de nascerem”, conta Werner. Além de materializar o ultrassom para casais com deficiência visual, a impressão dos fetos é importante para a rotina de cirurgias pós-natais. “Com os modelos 3D, é possível planejar cirurgias em bebês com algum tipo de má-formação, que precisam ser operados logo após o parto ou com poucos meses de vida”, afirma o médico. A possibilidade de eternizar o desenvolvimento do bebê está disponível nas unidades do Alta Diagnóstico em São Paulo e no Rio de Janeiro. Antes, somente pessoas com deficiência tinham acesso. Desde o início do ano, porém, a possibilidade de adquirir a impressão em 3D foi ampliada. Para isso, a paciente precisa realizar um ultrassom de sua rotina pré-natal entre a 26ª e a 32ª semana e é importante que o rosto do bebê esteja visível durante o exame. Após a realização do exame, a imagem segue para impressão no Laboratório de Biodesign Dasa/PUC-Rio, e o prazo para recebimento é de sete dias úteis. O custo é de R$ 350. No caso de deficientes visuais, a impressão em 3D é gratuita. Vinculado ao Departamento de Artes e Design da faculdade (PUC-Rio), o Laboratório de Biodesign Dasa pretende avançar nas pesquisas em tecnologias 3D na área de medicina fetal e também em neurologia, cardiologia, ortopedia e transplantes. Copyright © Estadão. Todos os direitos reservados.
Gestante cega se emociona ao sentir rosto da filha em impressão 3D após fazer ultrassom
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