Lar Saude Vacina contra câncer de pele pode estar disponível em 2025, diz CEO de farmacêutica

Vacina contra câncer de pele pode estar disponível em 2025, diz CEO de farmacêutica

por AFP
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O CEO da farmacêutica Moderna, Stéphane Bancel, disse à AFP que a vacina experimental contra o câncer de pele, ou melanoma, desenvolvida pela empresa, poderá estar disponível em apenas dois anos, marcando um passo histórico contra a forma mais grave da doença. Estima-se que, em 2020, tenham ocorrido 325 mil novos casos e 57 mil mortes pela doença em todo o mundo. “Acreditamos que, em alguns países, o produto poderá ser lançado com aprovação acelerada por volta de 2025”, disse o executivo em entrevista. De acordo com Inca (Instituto Nacional do Câncer), o melanoma é um tipo de câncer que se origina nas células que produzem a melanina e dão cor à pele, os melanócitos. O órgão afirma que o câncer de pele é o mais prevalente no Brasil, sendo responsável por 30% dos diagnósticos. Porém, o melanoma corresponde a apenas 4% dos cânceres de pele, sendo o tipo mais grave devido à alta possibilidade de se espalhar para outros órgãos. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto Ao contrário das vacinas convencionais, as chamadas vacinas terapêuticas tratam uma doença em vez de preveni-la. Mas também atuam treinando o sistema imunológico do corpo humano contra o agente invasor. As vacinas terapêuticas representam hoje uma verdadeira esperança na oncologia, uma “imunoterapia 2.0”, segundo Bancel. O pipeline da Moderna recebeu um impulso na quinta-feira, com os últimos resultados dos ensaios clínicos que mostram uma melhoria nas chances de sobrevivência graças à vacina. A tecnologia utilizada é o mRNA (RNA mensageiro), que se mostrou muito eficaz contra formas graves da Covid-19. Num estudo que envolveu 157 pessoas com melanoma avançado, a vacina da Moderna, em combinação com o medicamento imunoterápico Keytruda, da Merck, reduziu o risco de recorrência ou morte em 49% durante um período de três anos, em comparação com a administração apenas de Keytruda. Em 2022, a Moderna já havia anunciado resultados de acompanhamento de dois anos que mostraram uma redução de 44% de risco de recorrência ou morte. “A diferença na sobrevivência está aumentando. Quanto mais o tempo passa, mais você vê essa vantagem”, disse Bancel, observando que a taxa de efeitos colaterais não aumentou. “Temos uma em cada duas pessoas, em comparação com o melhor produto do mercado, sobrevivendo”, disse ele, “o que em oncologia é enorme”. Procurando aprovação antecipada Os ensaios clínicos existentes poderiam, assim, constituir a base para a aprovação condicional da vacina, conhecida por agora como mRNA-4157, disse Bancel. Nesse cenário, um estudo maior de fase 3, que envolverá mil pessoas e que a Moderna vai realizar em 2024, poderá confirmar a autorização condicional anterior. Tanto a FDA (Food and Drug Administration) dos EUA como a Agência Europeia de Medicamentos colocaram a terapia num processo de revisão acelerada. O desenvolvimento da vacina começa com o sequenciamento do genoma do tumor de cada paciente e a identificação de mutações específicas a serem codificadas. É, portanto, um exemplo de medicina “individualizada” adaptada “apenas à pessoa tratada”, afirmou Bancel. Para se preparar para levar a vacina ao mercado, a Moderna está construindo uma nova fábrica em Massachusetts para ter um abastecimento abundante, uma exigência da FDA. A empresa também anunciou na segunda-feira o início de um ensaio de fase 3 para uma vacina de mRNA contra o câncer de pulmão e está estudando outros tipos de tumor. A esperança de Bancel é combinar essas vacinas contra o cancro com “biópsias líquidas”, testes inovadores que detectam sinais de tumores por meio de análises do sangue e que começaram a ser disponibilizados nos Estados Unidos. Quanto mais rápido o câncer for detectado, melhor funcionarão os novos medicamentos da Moderna, acredita Bancel. Outras empresas, como a BioNTech, também estão trabalhando em vacinas terapêuticas individualizadas contra o cancro.

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