Israel investiga, neste sábado (16), a morte de três reféns na Faixa de Gaza que, segundo o Exército israelense, haviam sido identificados “por engano” como uma ameaça e que pediram ajuda em hebraico no momento dos disparos, um incidente que gerou protestos em Tel Aviv.
As vítimas, Yotam Haim, de 28 anos, Alon Shamriz, de 26 anos, e Samer El Talalqa, de 25 anos, morreram durante operações em um bairro da Cidade de Gaza, segundo o Exército.
Os três estavam entre um total de cerca de 250 pessoas sequestradas pelo grupo terrorista Hamas durante seu ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro. Essa ofensiva deixou 1.200 mortos, a maioria civil, segundo as autoridades israelenses.
O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, explicou que, durante os combates na Cidade de Gaza, as tropas identificaram “por engano três reféns israelenses como uma ameaça e, como resultado, os soldados atiraram neles e os mataram”.
Hagari acrescentou que o incidente estava “sendo investigado” e que “aprenderam lições imediatas com este evento, que foram transmitidas a todas as tropas no terreno”.
Neste sábado, o Exército de Israel informou que os reféns agitaram uma bandeira branca e pediram ajuda em hebraico, segundo os primeiros elementos da investigação.
“Um dos soldados os viu quando apareceram. Eles não usavam camisa e traziam um bastão com um pano branco. O soldado se sentiu ameaçado e disparou, declarando que eram terroristas. Dois (reféns) morreram”, disse um oficial militar à imprensa.
“Imediatamente outro foi ferido e correu em direção a um edifício”, relatou, acrescentando que os soldados “ouviram um grito de socorro em hebraico”.
Embora o comandante do batalhão tivesse ordenado que o tiroteio cessasse, o terceiro refém foi atingido por tiros e morreu, adicionou o oficial militar.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a morte dos reféns como “uma tragédia insuportável”, que enlutou “todo o Estado de Israel”.
Pouco depois do anúncio do Exército na última sexta-feira (15), familiares dos reféns ainda sob custódia do Hamas protestaram com fotos deles em frente ao Ministério da Defesa em Tel Aviv, para exigir um acordo imediato para sua libertação.
“A única forma de libertar os reféns com vida é pela negociação”, disse Motti Direktor, um manifestante de 66 anos.
“Estou morrendo de medo. Exigimos um acordo agora”, declarou Merav Svirsky, cujo irmão Itay Svirsky está sendo mantido em cativeiro em Gaza.
Nos Estados Unidos, a Casa Branca descreveu a morte dos reféns como um “erro trágico”.
Em resposta aos ataques do Hamas, Israel prometeu “aniquilar” o grupo terrorista e iniciou uma ofensiva na Faixa de Gaza, que agora se estende a todo o território, incluindo o sul, onde há centenas de milhares de civis deslocados.
Os bombardeios israelenses deixaram pelo menos 18.800 mortos, 70% dos quais eram mulheres, crianças e adolescentes, segundo o último balanço do Ministério da Saúde do Hamas.