A história acima é a base para o roteiro do clipe de “Simplesmente Sou”, primeira música da cantora em sua fase gospel. Mas a inspiração foi retirada da vida real. Mila diz que a situação toda aconteceu durante uma apresentação no Clube Juventus, em São Paulo, em 2022. “Eu quis retratar nessa música e no clipe a maneira que Deus se revelou para mim. Isso foi muito forte na minha vida”, conta Mila ao g1. A composição é assinada por Mila com Paulo Sergio, Luã Freitas, Jan Nascimento, Misaias Oliveira, além de Yudi Tamashiro, com quem a cantora se casou em 2022 após um reencontro. Os dois já tinham namorado O apresentador é responsável pelas idas e vindas musicais de Mila, que já passou pelo axé, pelo sertanejo e pelo brega-funk. Agora, aos 33 anos de idade, entra no cenário da música cristã. Mila Braga e Yudi Tamashiro — Foto: Reprodução/Instagram “Desde que o Yudi voltou para minha vida, ele trouxe o evangelho, trouxe a mensagem de Deus, e nas atitudes dele também. Então através da transformação dele, a minha vida também foi sendo impactada e transformada”, afirma a cantora. “Aos poucos, eu fui entendendo que o que eu acreditava era muito raso. Então fui mergulhando nesse profundo, foi entendendo, até que um dia, Deus falou comigo no meio de um show, e é o que eu relato no meu clipe. Deus falou: ‘larga tudo por mim’. E foi o que eu fiz.” “Muitos me julgam doida, porque eu estava estabilizado, com um grande sucesso. Mas eu acreditei na voz de Deus e na visão que Ele me deu.” Do axé ao gospel Mila Braga (quando ainda usava apenas o nome Mila) em época do lançamento “Tudo Ok”, em parceria com Thiaguinho MT e JS O Mão de Ouro — Foto: Reprodução/Instagram Antes de mergulhar na carreira gospel, Mila bebeu de várias fontes de músicas seculares, que são aquelas que não seguem nenhuma vertente religiosa. Antes de ser Mila Braga, a cantora passou pelo axé, formou dupla sertaneja (Camila e Haniel) e seguiu para o brega-funk (adotando o Mila como nome artístico). Ao longo da caminhada emplacou ao menos dois grandes hits: Em 2021, Mila ainda lançou “Macetada”, um feat com Felipe Amorim e Jerry Smith. Foi por causa dessa canção que recebeu o convite de Gkay para a Farofa (a famosa festa de aniversário de três dias da influenciadora) daquele ano. “A música foi meio que o tema da Farofa, todo mundo cantou, eu me apresentei. Eu fiquei muito feliz, porque eu entendia que era aquilo que Deus queria para mim. Mas na verdade, eu tava vivendo os meus sonhos, e não sonhos de Deus para minha vida. E depois que eu fui entender isso.” Na época, Mila já vivia o processo de conversão cristã. E, por isso, foi muito julgada: “Falavam: ‘como que você é cristã e você tá no meio?’ Meu marido foi muito julgado. Eu fui chamada de prostituta de época e o meu marido de falso crente.” Apesar disso, Mila garante não se arrepender nem ter vergonha de seus trabalhos anteriores. “Eu não sinto vergonha porque eu acho que Deus tem um propósito em tudo. Talvez se eu não tivesse cantado para essas mulheres que me ouviram cantar ‘Tudo ok’, ‘Macetada’, entre outras, eu não tivesse voz.” “Como que eu ia falar do amor de Jesus, do que Ele faz, do que Ele salva, de tudo que eu vivi, tudo que eu passei e tudo que Ele tem feito na minha vida, se eu não tivesse ninguém para me ouvir? Então Ele me permitiu estar lá para que, hoje, essas mulheres me ouçam falar do amor de Jesus, que Ele é o caminho, a verdade, a vida.” Camila cita as mulheres em seu depoimento pois, em 2020, quando lançou “Tudo ok”, Mila tinha acabado de passar por uma separação. Na época, ao g1, ela disse que a música não só a ajudou a superar o momento como incentivou as mulheres a se amarem e se valorizarem mais. “Aquilo tudo era, de fato, verdade. Eu tava vivendo aquilo. E a sua verdade tem valor, né? E hoje em enxergo que o que eu passei ali no momento foi uma força para elas momentânea. Porque não é uma força que vai preencher para sempre, que foi o mesmo que aconteceu comigo.” “Quando eu chegava em casa, vinha aquele vazio que não preenchia, que a balada, as bebidas e o mundo não me preenchiam”, diz a cantora. “Então o que eu diria hoje pra essas mulheres que me acompanham até hoje é que a força verdadeira vem do Senhor.” Sertanejo segue como base Mila Braga, na época em que formava a dupla Camila e Haniel — Foto: Divulgação Apesar de ter bebido de várias fontes musicais ao longo de sua carreira, Mila diz que sua base para a nova fase gospel ainda é o sertanejo. “Foi uma escola para mim. Então eu acredito que a minha base, a força da minha voz vem dessa raiz sertaneja, que vem desde lá do barzinho da minha avó, quando eu comecei o sonho de cantar, e esses sete anos de estrada que a dupla Camila e Haniel me permitiu.” Depois do lançamento de “Simplesmente Sou”, Mila já tem programado um feat para 2024. A cantora não revela o nome, mas diz que é essa parceria era um sonho para ela. O único detalhe informado por enquanto é que é um nome da música gospel.