Problemas para ir ao banheiro na viagem com os parentes? Médicos dão dicas para resolver isso

Problemas para ir ao banheiro na viagem com os parentes? Médicos dão dicas para resolver isso

Festas de Réveillon costumam significar uma coisa: viagem. Convites é o que não faltam para ir às casas de campo ou litoral de amigos, parentes, ou até mesmo hotéis. Mas o que era para ser felicidade pode se tornar um pesadelo para aquelas pessoas que enfrentam um grande problema — o de não conseguir ir ao banheiro fora de casa.  • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto “São vários os fatores que fazem com que uma pessoa não consiga ir ao banheiro fora de casa, que vão desde o receio de sentar-se em um vaso sujo, usado por outras pessoas, até a vergonha do barulho da hora de evacuar, do odor liberado pelas fezes ou a impossibilidade de fazer higiene de forma adequada. Não evacuar fora de casa parece ser uma escolha, um ato voluntário, mas, com o tempo, acaba virando um hábito e as pessoas de fato passam a não conseguir evacuar fora de casa de jeito nenhum”, explica a coloproctologista Bruna Vailati, do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A coloproctologista Vanessa Prado, do Hospital Nove de Julho, complementa afirmando que outros fatores que dificultam as idas ao banheiro durante viagens estão relacionados à alimentação inadequada, excesso de carboidratos e baixa hidratação.  Ela lembra que existem, também, vasos sanitários de diferentes formas e tamanhos, podendo atrapalhar a função mecânica para a evacuação. As especialistas alegam que não existe um tempo máximo definido que o intestino seja capaz de suportar ficar sem evacuar, sendo que existem pessoas que ficam sem ir ao banheiro de sete a dez dias, tranquilamente, enquanto outras sentem desconforto se ficam apenas um dia sem fazer cocô. No entanto, a recomendação é que as pessoas passem, no máximo, três dias sem ir ao banheiro. Intervalos excessivos de evacuação podem trazer danos, como o ressecamento das fezes, que ficam mais difíceis de sair e, consequentemente, podem gerar cortes no ânus, inchaço nas hemorroidas, sangramento, distensão, dor e desconforto abdominal, dor pélvica, má digestão e refluxo. “Existem casos em que a pessoa fica uma semana sem ir ao banheiro, precisando de atendimento no pronto-socorro. As fezes acabam ficando extremamente endurecidas, formando um fecaloma, como se formasse uma pedra de cocô no ânus, causando, praticamente, uma rolha de fezes, a qual o paciente não tem força para liberar, impedindo a eliminação de demais conteúdos. Ao procurar atendimento, o médico coloca uma luva e, com anestésico local, ele tira, delicadamente, a porção que está entupindo a saída fecal, junto de uma lavagem intestinal com soro e glicerina, para que as fezes possam deslizar e sair do ânus”, relata Vanessa. Caso o tempo maior sem evacuar seja causado só por evacuação incompleta, o uso de laxativos e lavagens intestinais podem auxiliar na eliminação das fezes acumuladas, diz Bruna. Vanessa explica que uma das principais causas para a dificuldade de ir ao banheiro em viagens se dá pela mudança na alimentação, provavelmente pela ingestão de maior quantidade de carboidratos, menos água e menos fibras. Entre os que mais prendem o intestino, Bruna cita o arroz, chá-preto ou mate, batata, chuchu, inhame, ovo cozido, pães, caju, goiaba, maçã, bolachas, cenoura cozida, mandioca, amido de milho, banana, biscoito de polvilho e maisena. “Quando sair de casa, a dica é prestar atenção na quantidade de líquidos ingeridos e caprichar na hidratação em locais mais quentes, além de ter um bom consumo de frutas, legumes e verduras. Bastante salada crua ou cozida, legumes crus ou cozidos e fibras em geral”, orienta Vanessa. “Primeiramente, lembrar que todos evacuam e que não devemos prejudicar a nossa saúde intestinal por vergonha de os outros perceberem que acabamos de evacuar. Além disso, criar rotinas para melhorar o funcionamento intestinal, como consumir líquidos, alimentos com fibras e praticar atividades físicas, e lembrar que essas rotinas devem ser mantidas quando estamos fora de casa e que principalmente em viagens elas são alternativas positivas para evitar complicações intestinais”, finaliza Bruna.

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