Biologia da ‘ressurreição’ ganha vez em laboratórios de todo o mundo

Biologia da ‘ressurreição’ ganha vez em laboratórios de todo o mundo

A biologia da “ressurreição”, que visa a trazer de volta à vida cadeia de moléculas e organismos mais complexos, tem ganhado cada vez mais espaço em laboratórios de todo o mundo.

Conforme o canal de notícias CNN, alguns cientistas têm por objetivo final a extinção e a ressurreição de animais e plantas que foram perdidos.

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Outros pesquisadores observam as eras antigas em busca de novas fontes de medicamentos ou de descobrirem possíveis patógenos há muito tempo adormecidos.

Confira alguns projetos de pesquisa da “biologia da ressurreição”

Reviver vírus “zumbis”

O permafrost do Ártico – camada congelada abaixo do solo – descongela cada vez mais, por causa das temperaturas elevadas na região. Esse fenômeno pode despertar um vírus adormecido há milhares de anos que pode pôr em perigo a saúde animal e humana.

Jean-Michel Claverie, professor emérito de medicina e genômica na Faculdade de Medicina da Universidade Aix-Marseille, busca compreender melhor os riscos representados do “vírus zumbi”, ao analisar amostras terrestres da Sibéria.

Claverie conseguiu reviver um vírus isolado do permafrost em 2014, que se tornou infeccioso pela primeira vez em 30 mil anos, ao inserir em células cultivadas.

Vírus zumbi estudado por Claverie em 2014 | Foto: Jean-Michel Claverie/IGS/CNRS-AMU

Em seu estudo mais recente, Claverie isolou várias estirpes de vírus antigos de múltiplas amostras da Terra, que seriam cinco novas famílias de micro-organismos. Por segurança, ele estudou um vírus que só poderia atingir amebas unicelulares, e não animais ou humanos.

O mais antigo tinha quase 50 mil anos e veio de uma amostra de terra retirada de um lago subterrâneo 16 metros abaixo da superfície. As amostras mais jovens, encontradas no estômago e na pelagem dos restos mortais de um mamute lanoso, tinham 27 mil anos.

Antibióticos da era glacial

César de la Fuente, professor assistente da Universidade da Pensilvânia, diz que o passado é uma fonte de oportunidades que abriu uma nova frente na luta contra superbactérias resistentes aos medicamentos.

A recuperação de DNA antigo em fósseis significa que bibliotecas detalhadas de informação genética sobre parentes humanos extintos e animais há muito tempo perdidos estão agora disponíveis ao público.

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A equipe de Fuente usa métodos computacionais baseados em inteligência artificial para extrair essas informações genéticas e identificar pequenas proteínas, ou peptídeos, moléculas que podem combater as bactérias.

O especialista descobriu compostos promissores de Neandertais e criaturas da era glacial, como o mamute lanoso e a preguiça-gigante.

“Isso nos permitiu descobrir novas sequências, novos tipos de moléculas que não encontramos anteriormente em organismos vivos, expandindo a maneira como pensamos sobre a diversidade molecular”, disse Fuente.

Ressuscitar animais extintos, como o dodô

De acordo com a CNN, para alguns cientistas, ressuscitar criaturas perdidas do passado seria um caminho para controlar a contínua extinção de novas raças. A startup de biotecnologia e engenharia genética Colossal Biosciences, por exemplo, havia anunciado em janeiro que planeja trazer de volta o dodô.

O dodô é uma ave de aparência estranha que não voa e habitou a Ilha de Maurício, no Oceano Índico, até o final do século 17. Os cientistas querem reintroduzir a ave a seu habitat outrora nativo.

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