O Ministério da Defesa da China acusou o governo de Taiwan, nesta quinta-feira (28), de deliberadamente insinuar uma ameaça militar chinesa para obter ganhos eleitorais antes das eleições na ilha, que ocorrerão em pouco mais de duas semanas, mas novamente enviou aviões de guerra para o estreito de Taiwan.
A eleição presidencial e parlamentar de Taiwan, em 13 de janeiro, moldará as relações da ilha reivindicada pela China com Pequim, que nos últimos quatro anos aumentou a pressão militar para pleitear sua soberania.
À medida que a eleição se aproxima, Taiwan tem relatado a presença de caças e navios de guerra chineses ao redor da ilha, bem como de balões cruzando o sensível estreito de Taiwan, embora os militares digam que, muito provavelmente, são para fins de monitoramento meteorológico.
Em uma entrevista coletiva mensal em Pequim, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, disse que o governo de Taiwan era o culpado pelas tensões.
“As autoridades do Partido Democrático Progressista estão deliberadamente exagerando na chamada ‘ameaça militar do continente’ e ampliando as tensões”, disse Wu, referindo-se ao partido governista de Taiwan, que Pequim considera separatista.
“Isso é inteiramente para buscar ganhos eleitorais”, afirmou ele, acusando Taiwan de usar uma “cartilha eleitoral familiar para estimular o confronto e manipular a eleição”.
Pouco depois da fala de Wu, o Ministério da Defesa de Taiwan relatou outras atividades militares chinesas no estreito, dizendo que havia detectado 12 aeronaves militares cruzando a linha mediana da hidrovia, ou voando perto dela, na tarde de quinta-feira.
O ministério disse que as aeronaves, incluindo caças J-11 e Su-30, entraram no espaço aéreo ao norte, centro e sudoeste de Taiwan e “cooperaram com navios comunistas para realizar patrulhas conjuntas de prontidão de combate”.
O ministério afirma que os aviões de guerra chineses têm cruzado regularmente a linha mediana, que anteriormente servia como uma barreira não oficial entre os dois lados.
Wu reiterou que a China não reconhece a linha mediana.
“Taiwan é uma parte da China. A ‘linha mediana’ absolutamente não existe”, disse ele.
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