No Brasil, a busca por equilíbrio financeiro parece ser um desafio crescente para a maioria da população. Com a inflação em alta nos últimos anos, a capacidade de compra dos brasileiros tem sido impactada, resultando em uma preocupante constatação: mais de 60% dos cidadãos afirmam que suas rendas não são suficientes para cobrir o custo de vida. Segundo um estudo realizado pelo Banco Central e pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), essa realidade atinge 64,2% da população do país.Os números revelam um retrato multifacetado dessa dificuldade financeira. Entre os grupos mais afetados, estão as mulheres, representando 69,7% dos entrevistados, e indivíduos entre 45 e 59 anos, totalizando 67,9% dos participantes da pesquisa. A predominância de pessoas com renda de até dois salários mínimos (73,7%) e a concentração mais expressiva desses problemas na região Norte do Brasil (77,6%) evidenciam a amplitude e a complexidade dessa questão.Apesar das adversidades, uma parcela significativa consegue administrar suas despesas sem recorrer a empréstimos ou mudanças radicais. Cerca de 44,6% dos entrevistados têm essa autonomia financeira por, no mínimo, três meses, enquanto 25,3% possuem uma reserva de emergência para cobrir gastos por um mês. Contudo, um preocupante grupo de 24,5% não conseguiria custear suas despesas básicas por mais de um mês com a renda atual.Diante desse cenário desafiador, os brasileiros têm buscado diversas estratégias para equilibrar o orçamento. Cerca de 58,8% dependem apenas dos recursos existentes, enquanto 27,8% buscam fontes adicionais de renda. Acesso a crédito (6,8%) e atrasos/saques acima do limite (3,9%) são alternativas adotadas por uma parcela menor, mas significativa, da população.