Lar Esportes ‘Não tem onde morar’: população de regiões irregulares do DF reclama de falta de infraestrutura e apoio

‘Não tem onde morar’: população de regiões irregulares do DF reclama de falta de infraestrutura e apoio

por admin
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É o caso de Carolina Carvalho, moradora da Vila Cauhy (veja vídeo acima). Ela teve a casa invadida pela enchente causada pelas fortes chuvas que caíram no início do mês. Roupas, móveis, eletrodomésticos e comida foram perdidos. “Acho que tem que ser feita muita coisa aqui, tem que ser olhado para gente, porque é uma coisa que eu não desejo para ninguém, você ter que tirar tudo de dentro da sua casa e jogar fora”, diz Carolina. As casas na Vila Cauhy foram construídas na beira do córrego do Riacho Fundo. Quando há algum temporal e o córrego transborda, quem mora na região sofre com os estragos. Segundo o prefeito comunitário Walter Marques, o processo de regularização da Vila Cauhy começou há 12 anos, mas nunca saiu do papel. “A gente tem uma comunidade que é a ribeirinha, que fica sempre assustada, mesmo nos anos que não tem enchente, porque elas ficam temerosas das casas serem invadidas. Por três vezes nós tivemos enchentes nessas proporções, as pessoas perderam tudo”, afirma. Córrego na Vila Cauhy transborda após fortes chuvas no DF ‘Quem mora aqui é porque não tem onde morar’ Moradora do Sol Nascente fala sobre falta de infraestrutura na região No Sol Nascente, os moradores também sofrem com a falta de infraestrutura. Os terrenos do setor começaram a ser fracionados de forma irregular nos anos 90. A 35 quilômetros do centro de Brasília, a região cresceu e, em 2019, virou uma região administrativa. Mas os problemas persistiram. “Quem mora aqui é porque não tem onde morar. A gente só está aqui porque tem que ficar, porque não tem condição mesmo, é muito difícil. Aqui é terrível, muita lama mesmo. Não tem como circular de carro, nem de ônibus”, desabafa dona Marli, moradora do Sol Nascente (veja vídeo acima). Segundo o líder comunitário do Trecho 3 do Sol Nascente, David Alves, as obras da região demoram a ficar prontas, piorando ainda mais o cenário em época de chuvas. “Parece que eles deixam acontecer para depois vir resolver. É fácil você chegar lá e retirar o morador da sua casa e jogar em um albergue, em um abrigo, qualquer coisa. Mas a pessoa está acostumada com o seu lar, então fica difícil”, diz. Distância do Sol Nascente até a Praça dos Três Poderes. — Foto: Bárbara Miranda, Verônica Medeiros e Vitória Romero/Arte g1 Vulnerabilidade Para a professora Michelly Elias, do departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB), os desastres em áreas de risco, no DF, estão diretamente ligados à desigualdade socioeconômica. Ela explica que há um fenômeno ambiental, de crise climática. Associado à disparidade social, ele resulta em prejuízos maiores para pessoas de baixa renda, em situação de vulnerabilidade, moradoras das periferias das grandes cidades. “Essa vulnerabilidade, essa insegurança, se aprofunda nesse período, colocando as famílias em situação de risco eminente de perda de vidas, além das suas casas e dos seus bens”, diz Elias. Procurado pelo g1, o governo do Distrito Federal informou que, para viabilizar a implementação de um plano de remanejamento da população em áreas de risco, é necessário seguir um processo que envolve a Secretaria de Desenvolvimento (Sedes) e a oferta habitacional da Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Cod​hab). No entanto, não há unidades habitacionais disponíveis para atender a essa demanda. “É necessário um processo de atuação permanente do estado para que essas famílias tenham acesso à moradia de qualidade e, ao mesmo tempo, também não pode deixar de agir do ponto de vista emergencial”, explica a professora. “Contudo, a atuação emergencial não vai resolver o problema. Há uma certa dificuldade, um sentimento de insegurança que essas famílias têm de saírem das suas casas. Por mais que essas casas estejam em situação de risco, são os únicos lugares que essas pessoas têm para viver. É a referência de moradia delas”, pontua. Leia mais notícias na região no g1 DF.

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