No artigo anterior abordamos as origens da “justiça climática”, trouxemos a definição do que constitui, geograficamente, o ideológico “Sul global”, e também verificamos como questões reais e pertinentes das necessidades humanas foram cooptadas pelo discurso de esquerda: nele, novamente duas classes se confrontam, e a vulnerabilidade dos pobres frente às intempéries do clima e do ambiente é atribuída às grandes corporações industriais, empresas e indivíduos ricos. Contudo, nesse discurso, omitem deliberadamente que estas mesmas corporações e filantropos de botequim, aliados aos grandes financistas, são os mesmos agentes que apoiam as supostas medidas de contenção climática falaciosas que prejudicarão mais ainda os mesmos pobres que eles dizem querer “proteger”.
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Sabemos que a “justiça climática” é baseada na premissa de que qualquer coisa que se relacione à riqueza genérica (instituições e pessoas) causa “mudança climática” que, por sua vez, prejudica um pobre genérico (países e pessoas). Essa é a relação casual, simples e tosca para a justificativa de um discurso vazio. É uma relação lógica cujo argumento central está errado, pois atribui o progresso da sociedade à emissão de CO2, dos falsos gases de “efeito estufa” que supostamente mudariam o clima, sempre para pior. Isto permite que os filantropos magnatas consigam, não só lucrar mais em suas atividades, como mais controle será atribuído aos Estados. E quem faz isto são justamente as ONGs que se dizem lutar pelos pobres, os chamados justiceiros.
A fórmula da farsa
Estamos querendo deixar bem claro que eles criaram uma relação inexistente em que a riqueza e a prosperidade da sociedade resultaram em “aquecimento global” ou em “mudança climática”. Desta forma, a “equação” quer criar uma relação falsa entre a temperatura do ar global média em função do CO2, que por sua vez está em função da geração de riqueza (ou melhor, a existência das pessoas). Em linguagem matemática seria algo como:
TarGLOBAL = CO2(IDH)
Eles estão admitindo que melhorar a vida das pessoas através da prosperidade material e do conforto não é desejável, o que nos leva a concluir que o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) não pode crescer! Se o IDH sobe, sobem com ele a emissão de “gases do efeito estufa” (CO2) e, por sua vez, a temperatura do ar global média. Todos os valores são “diretamente proporcionais” nesta equação sem sentido porque o argumento é falacioso. Mas, pior ainda, deixa de forma velada para a sociedade que pobreza é desejável, portanto, quebramos diretamente a meta número 1 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em que pretendiam “erradicar a pobreza”. É o peão dando xeque-mate no rei.
Em outras palavras, justamente na época atual, em que a humanidade apresenta as melhores condições de resolver a maior parte dos problemas do seu próximo, ou seja, extirpar diversos malefícios reais do mundo, especialmente a pobreza, acabamos de concluir que este nunca foi o objetivo deste plano global e nem será a vontade no futuro dos que nos governam. Assim, a assertiva de Jesus: “Pois os pobres vocês sempre terão com vocês…” (Mc 14:7; Jo 12:8) prevalecerá, enquanto estivermos sob o regime destes ímpios.
Mas se o leitor achou que o paradoxo estava só na meta 1 do ODS, verá que a problemática não para por aí, porque o conflito de interesses entre os que pregam a “justiça climática” e os controladores globais, exercendo seu poder pela ONU, também ficará evidente. Mohamed Adow, membro da Power Shift Africa, disse que a “justiça climática é uma extensão das lutas das comunidades locais, indígenas e do Sul [globais] por terra, recursos, soberania e anticolonialismo”.
Objetivos propositalmente contraditórios de uma revolução
Vejamos que, enquanto erradicar a pobreza (meta 1), combate às “mudanças climáticas” (meta 13) e paz e justiça (meta 16) estão em comum entre os justiceiros climáticos e os agentes da ONU, Fórum Econômico Mundial et caterva, certamente terras, recursos naturais, soberania e anticolonialismo não estão; e aí temos os conflitos de interesses evidenciados e a fraude dos justiceiros escancarada, ou seja, para quem eles trabalham.
Instituições internacionais querem alterar as constituições dos países, fazendo significativas mudanças para que elas se adequem aos acordos internacionais, afrouxando cada vez mais as soberanias e abrindo mão de seus interesses nacionais, em prol do objeto abstrato do bem comum da comunidade global. Não apenas isso, mas observamos que todos os discursos ambientais apontam as soberanias, as constituições e as fronteiras como obstáculos para o controle destes mesmos bens comuns do planeta. Isto já está expresso no relatório Brundtland, de 1987, aquele da ex-primeira-ministra da Noruega que foi líder internacional em sustentabilidade e saúde pública (a dupla em moda atualmente, não? Coincidência, apenas!) e que foi do Partido Trabalhista Norueguês desde a juventude, fazendo-nos lembrar de outros tempos obscuros análogos.
Soberanias e constituições nacionais, meras ‘velharias’ a atravancar o desenvolvimento
Se as soberanias estão na mira, o que dizer de terras e do acesso aos recursos naturais? É claro que há um significativo e contínuo processo de controle sobre o meio ambiente, especialmente acordado pelo painel mais diabólico de todos e que vem correndo por fora, longe dos holofotes. Trata-se do IPBES, o Painel da Biodiversidade e Serviços Ambientais, onde a natureza agora presta serviços para a humanidade.
Já começamos a entender o propósito disto, pois quem serão os donos da natureza? Seriam os mesmos filantropos globais e suas marionetes governamentais? Será que a humanidade terá que pagar o dízimo por usar os recursos naturais do planeta para um centro comum? Claro que sim e isto já está completamente planejado. Água, energia, ar, tudo entrará no cômputo como commodities e aí entendemos os processos acelerados de privatização de setores essenciais à vida. Então obviamente há outro enorme pacote de conflito de interesses entre os justiceiros e os adeptos dos sistemas da ONU.
Quanto a conseguir combater os processos de colonialismo, também é claro que o discurso ambiental e climático só torna todos mais reféns do sistema. A globalização e os fluxos de capitais atendem questões fiduciárias, em que produtos com patentes caríssimas, feitos para atender à agenda ambiental, limitam cada vez mais o acesso das pessoas menos abastadas aos produtos ou serviços mais simples, sempre com a desculpa de que precisamos salvar o meio ambiente ou conter a “mudança climática”. Continua sendo o dízimo da seita ambiental que precisa ser pago, mesmo que você não faça parte dela.
O caso do Brasil e as geladeiras sem “eficiência energética”
Temos mais um caso concreto aqui para as pessoas do Brasil. A partir de 31 de janeiro de 2024 as geladeiras que não tiverem eficiência energética acima de 85% não poderão mais serem vendidas e fabricadas. Isto simplesmente extermina uma classe de refrigeradores mais baratos, especialmente manufaturados para atender às classes baixa e média da população. O que não te contaram é que a tal “eficiência energética” está contabilizando redução de emissões!
Sim, o atual governo que se diz trabalhar para e pelos pobres conseguiu executar um plano que vem lá dos anos de 1960. Materializado pelo IOTP — o Painel do Ozônio, de 1987, o plano pretendia levar a refrigeração doméstica à Idade da Pedra, erradicando todas as famílias de gases refrigerantes. Aqui, conseguiram de forma espetacular! De quebra, estão computando esse custo em seu Inventário de Carbono Nacional, convertendo a tal eficiência em pegadas de carbono. São as metas “voluntárias” sendo cumpridas!
A contradição dos justiceiros
Assim, verificamos mais um paradoxo da “justiça climática”, porque se eles mesmos falam que são os pobres (pessoas, países) que mais sofrem com as “mudanças climáticas”. Na verdade, sofrem porque lhes é imposto o custo da fraude climática. Então, quando os justiceiros defendem essa causa, atacam diretamente aqueles que eles dizem defender. E se os justiceiros recebem elogios de ninguém menos que Bill Gates, aí a suspeita de segregação e eugenia deveria ficar evidente, especialmente quando vemos a sua “equação pilântrica”, de 2009, em que o CO2 se associa às pessoas.
Então, se você é um daqueles que fez uma letrinha com o polegar e o indicador, ou é daqueles que criticou quem o fez, sugiro a ambos espalmarem as duas mãos, juntarem-nas e cair de joelhos, pois todos que depositaram suas esperanças nestes “salvadores” que estão conduzindo a humanidade à derrocada, seja por ação direta ou pela covardia e omissão, precisarão mudar seu foco e pedir perdão. Enfim, tudo ficará exposto nas praças públicas. É só uma questão de tempo.
Gerações responsáveis por produzir riqueza e conforto agora são condenadas
Ainda temos uma última questão das aberrações da “justiça climática”, pois ela também serve para descrever a “injustiça intergeracional”, onde as gerações mais velhas, que se beneficiaram dos combustíveis derivados de petróleo, gás e carvão, deixaram para os jovens lidarem com as consequências do seu uso. O que os justiceiros omitem é que as pessoas do passado desenvolveram a sociedade trazendo riquezas, serviços, conforto e bens materiais que as gerações atuais usufruem, pois estão, em geral, em uma condição de vida melhor. Eles só apontam como consequências os aspectos negativos, como “terem causado ‘mudança climática’”, a ação totalmente inverossímil, mas não mostram os aspectos positivos. Assim, culpar as pessoas do passado ou gerações mais velhas é tão ridículo quanto o tal marco temporal que o Brasil quer impor ao uso do seu território.
Não podemos esquecer de alertar que a “justiça climática” escalará rapidamente em 2024, saindo da panfletagem de ONGs e seguindo tribunais adentro. Ficará claro que não só as empresas que não se adequarem às normas de redução de emissões, mas todos os processos produtivos que envolvam o meio ambiente serão alvo dos togados ativistas que colocarão os ODS e Gaia como prioridade aos humanos. É a “Lei” sendo desigual, fugindo das constituições, que se tornaram meras formalidades históricas.
Pequenos e médios serão os mais prejudicados
Aliás, todos nós já somos considerados culpados, a priori. Assim, as multas homéricas e desproporcionais estarão no mais alto patamar das sentenças, subjugando pessoas e empreendimentos de maneira arrasadora e desproporcional ao peso da falsa “culpa”. Sempre os pequenos e médios serão os alvos primários desta empreitada, pois há a necessidade de se fortalecer os monopólios dos mesmos magnatas filantropos que já se estabelecem e se consolidam em cartéis mundiais, tanto em agricultura, alimentos e indústrias.
Este é o ponto alto da “justiça climática”, quando o próprio judiciário dos países abarca o movimento revolucionário, financiado pelos grandes fundos mundiais, passando a ser praticado pelos políticos que pertencem aos seus bolsos. Estamos vendo exatamente o que Isaías viu em seu tempo, quando a justiça retrocedeu e a sabedoria ficou longe, porquanto a verdade tombou na praça, e a honestidade não conseguiu mais entrar na cidade (Is 59:14).
Exemplos não nos faltam de como a justiça vagueia rapidamente. Vimos recentemente a desocupação de áreas tratadas como de preservação ambiental que há muitos anos possuem pecuária extensiva, mas que agora precisam ficar sob vigilância de grupos seletos, únicos com autorização de seu uso apenas como extrativista, seja por abate de madeira ou silvicultura.
Uma escassez programada
Assim, veremos que tudo encarecerá rapidamente. A tão sonhada escassez sinaliza no horizonte para este ano de 2024. Uma escassez planejada, dentro de um planeta abundante, que tem como objetivo encarecer produtos e serviços, reduzir o consumo de elementos essenciais e dificultar a vida, diretamente a dos mais pobres, indo exatamente da contramão da almejada justiça. Então, a bandeira da “redistribuição de riqueza”, propagada pelos justiceiros climáticos, trará o paradoxal inverso, limitando as pessoas e atingindo os menos favorecidos. Mas isto é bem evidente quando trazemos uma simples questão: se os justiceiros atribuem a “mudança climática” aos ricos (pessoas, empresas e países), como podem se autointitularem antipobreza? Porque do “desenvolvimento sustentável” não sairá nada, muito menos a almejada riqueza. Novamente, peão dando xeque-mate no rei!
Dos políticos e dos controladores do mundo, nós já sabemos qual será o paradeiro final, mas temos como obrigação também alertar e registrar o destino de todos aqueles que trabalharam para o sistema bestial entrar em ação, incluindo os detentores do poder da justiça que a praticaram de forma leviana, defraudando-a. Também estarão inclusos aqueles que se diziam “cientistas” climáticos, ou não, cuja adulteração da verdade conspirou para o declínio da humanidade, dificultando a vida das pessoas. Esses corroboraram para a morte, aborto, eutanásia e a escravidão dentro do sistema maligno, através das suas “pesquisas” sem embasamento na realidade, mas idolatrando de uma forma ou de outra a mãe Gaia.
Depois da colaboração, o descarte
Quando o sistema estiver funcionando, os primeiros que ele vai descartar serão esses colaboradores togados e “cientistas”, pois não terão mais serventia, mas a perversidade que fizeram, ecoará. Para todos esses citamos: “Ficarão de fora os cães, os bruxos e ocultistas, os adúlteros, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira.” (Ap. 22:15 e semelhantes em 1Co 6:910 e Ap. 21:8). Como todos estes personagens apostaram na mentira do “paraíso terrestre”, achando que escapariam do verdadeiro Juízo, boa sorte, pois vão precisar.
Leia também: “Uma bizarrice chamada ‘justiça climática’ – Parte 1“