A rainha Margrethe II, da Dinamarca, abdicou do trono do seu país, depois de 52 anos, neste domingo, 14. Ela se tornou a primeira monarca dinamarquesa a renunciar ao reinado em 900 anos.
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O último a pedir para deixar o trono do país foi o rei Erik III, que abdicou do cargo para entrar em um mosteiro, em 1146.
A rainha tornou-se uma das figuras públicas mais populares do seu país. Ela costumava andar pelas ruas de Copenhague praticamente sem escolta. A monarca ganhou a admiração dos dinamarqueses por seus modos cordiais e por seu talento como linguista e designer.
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Margrethe II disse que renunciou ao trono por causa de problemas de saúde. Ela afirmou que não poderia mais cumprir suas obrigações da melhor forma. A rainha queria que uma nova geração de monarcas pudesse assumir o reinado.
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O anúncio surpreendeu os dinamarqueses. Eles esperavam que a monarca continuasse no trono até a sua morte, como é tradição na monarquia dinamarquesa. Margrethe II passou por um procedimento cirúrgico nas costas em fevereiro do ano passado, e só voltou ao trabalho em abril.
Frederik X é o novo rei da Dinamarca
Depois que ela assinou o documento de abdicação, seu filho, Frederik X, foi declarado o novo rei da Dinamarca, ao lado da sua mulher, Mary Elizabeth, e do príncipe Christian, que se tornou o primeiro na linha de sucessão.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, fez a proclamação no Palácio de Christiansborg, sob olhares de milhares de pessoas.
Mette leu o documento três vezes, como ordena a tradição. No momento, o rei Frederik X estava ao lado dela e vestia um uniforme militar, adornado com medalhas.
Depois disso, ele foi acompanhado na varanda pela nova rainha Mary e pelos quatro filhos. Na ocasião, a multidão presente cantou espontaneamente o Hino Nacional.
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“Minha esperança é me tornar um rei unificador”, disse Frederik X. “É uma tarefa para que me preparei durante toda minha vida. Quero retribuir a confiança que encontro neste mundo.”
Um reinado que custou caro ao novo rei
Frederik X nasceu em maio de 1968. À época, quem estava no comando da Coroa dinamarquesa era o seu avô materno, o rei Frederik IX. O primogênito de Margrete se tornou o príncipe-herdeiro em 1972, quando tinha 4 anos de idade.
Em entrevista à revista australiana New Idea, o então príncipe lamentou ter sido educado “por amas e governantas”. Uma das mágoas do rei foi ver os pais colocarem os deveres reais à frente da criação dos filhos.
“Não tive muito contato com os meus pais até os 21 anos”, recordou o agora rei da Dinamarca. “Quando era pequeno, era-lhes apresentado, com banho tomado e escovado, antes de ser posto na cama.”
De menino rebelde a rei
A pressão em ser o príncipe herdeiro da Dinamarca e a ausência dos pais fizeram com que Frederik X se rebelasse.
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“Seu estilo de vida playboy envolvia carros esportivos velozes, viagens luxuosas ao redor do mundo, visitas frequentes a boates e uma longa lista de namoradas, que incluía modelos de lingerie e estrelas pop”, relatou o portal australiano News.
Ele chegou a ser rotulado pela imprensa dinamarquesa como “criança mimada”. Os súditos duvidavam da capacidade do príncipe de capitanear “com estabilidade” a monarquia.
Rei militante
Embora a rainha Margrethe uma vez tenha incomodado os cientistas por afirmar que não estava convencida de que as mudanças climáticas fossem provocadas pelos humanos, seu filho é conhecido pelo seu envolvimento em questões ambientais.
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Ele chegou a participar de cúpulas climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) e deu inúmeros discursos e entrevistas sobre as questões ambientais.