Lar Esportes O que se sabe sobre lutador de MMA encontrado morto após tentar recuperar moto em favela do Rio

O que se sabe sobre lutador de MMA encontrado morto após tentar recuperar moto em favela do Rio

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Segundo os policiais militares, informalmente, Tauã teria confessado a participação na morte do lutador, mas depois, já na delegacia, ele negou envolvimento no crime. O corpo de Diego será velado nesta quarta-feira (17), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Moto roubada A dinâmica do crime tem como ponto de partida o furto da moto de Diego. O veículo foi levado na madrugada de segunda-feira (15) por dois homens em sua casa, na comunidade da Muzema, na Zona Oeste. Ao ter acesso às imagens de uma câmera de segurança, o lutador iniciou a procura pelo veículo. Ele chegou a postar em seu perfil na internet, as gravações que mostram a ação dos bandidos. Vídeo mostra momento do furto da moto de lutador que está desaparecido No vídeo, é possível ver dois homens chegando de moto na rua onde Diego morava. O criminoso pega o capacete do lutador e coloca no chão. Em seguida, sai empurrando a moto, avaliada em quase 25 mil reais. Morto ao desenrolar com traficantes Segundo as investigações, a primeira tentativa de Diego para encontrar a moto roubada foi na comunidade da Tijuquinha. Sem sucesso, ele foi ao Morro do Banco, onde teria sido feito refém por traficantes. Segundo o filho, o também lutador Gabriel Braga, o pai passou a manhã inteira tentando achar a moto. Ele contou que Diego subiu sozinho a comunidade controlada pelo tráfico de drogas. Desde então, parentes e amigos não tiveram mais contato com o lutador. Diego Braga, lutador de MMA — Foto: Reprodução Após ser preso, Tauã contou aos policiais que Diego foi ao Morro do Banco “desenrolar a entrega da moto” e que “quando os traficantes pegaram o telefone dele viram que tinha contatos de milicianos de Rio das Pedras e da Muzema”. Ainda segundo Tauã, “o lutador tentou correr, mas foi pego e morto”. O preso ainda confirmou que faz parte do tráfico de drogas e que comparsas deixaram a favela após o assassinato de Diego. Corpo encontrado na favela De acordo com o relato de parentes, traficantes que controlam o morro autorizaram a família a resgatar o corpo do lutador. PM diz que preso por morte de lutador confessou o crime Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Militar fez uma operação no local, em busca dos assassinos de Diego. Nenhum outro suspeito foi preso. O Disque Denúncia divulgou um cartaz pedindo ajuda na identificação dos criminosos. Mais tarde, a moto de Diego foi encontrada no interior de uma casa do morro. Após a localização do corpo as investigações sobre o crime passaram para a Delegacia de Homicídios da Capital (DH), que também fica na Barra da Tijuca. Tráfico x milícia A comunidade da Muzema, no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio, onde Diego morava, era dominada por milicianos até 2023. Em novembro do ano passado, traficantes do Comando Vermelho invadiram o local e passaram a controlar a favela. O Morro do Banco, comunidade vizinha, também está sob o domínio do tráfico. Segundo investigadores da Polícia Civil, o traficante Pedro Paulo Guedes, um dos principais criminosos do CV, um dos chefes do Complexo da Penha e atualmente procurado pela polícia, é quem tem dado as cartas na Muzema. Traficantes já estariam instalando barricadas em vias da favela e até vendendo drogas. A localidade faz divisa com Rio das Pedras, o berço da milícia. Quem é o lutador Diego Braga foi lutador profissional de muay thai e MMA. A carreira profissional dele no MMA começou em 2003. No esporte, ele enfrentou nomes como Charles do Bronx, Miltinho Vieira, Adriano Martins e Iiarde Santos. Todos eles têm passagens pelo UFC, considerada a categoria mais importante do MMA. Atletas lamentam morte de Diego Braga — Foto: Reprodução Desde então, o lutador vinha se dedicando à carreira de professor de artes marciais e treinador. Ele era dono da academia Tropa Thai, de formação de lutadores, e treinava o filho, Gabriel Braga, que luta profissionalmente. Em 2023, Gabriel Braga chegou à final do torneio peso-pena da PFL, organização de artes marciais dos Estados Unidos considerada por especialistas a terceira maior de MMA no mundo. Respeitado no mundo da luta Rodrigo Minotauro escreveu um longo texto em homenagem ao amigo e ex-treinador. O lutador questionou a falta de segurança e classificou o assassinato como “covardia terrível e sinistra que não tem explicação alguma”. Minotauro também agradeceu a Diego pela ajuda ao longa da carreira. Advogada Julia Araújo e lutador Diego Braga — Foto: Redes sociais Já Anderson Silva destacou que Diego era “um cara trabalhador que, assim como muitos outros, corre atrás dos seus sonhos, com seu esforço comprou sua moto, que foi roubada, e teve seus direitos violados. Enquanto os que têm o poder para mudar normalizam a violência como se nada pudessem fazer, pois para eles é só mais um que virou estatística.” Luiz Dórea, campeão mundial de boxe que foi treinador de Acelino Freitas, o Popó, de Anderson Silva e de Junior Almeida dos Santos, o Júnior Cigano, também lamentou o assassinato do colega. Doréa lembrou quando ele e Diego acampavam juntos. Filho se despede Gabriel Braga, que também é lutador de MMA e era treinado pelo próprio pai, escreveu em suas redes sociais uma mensagem de despedida bastante emocionada sobre a morte de Diego Braga. “[Meu pai] estará sempre em meu coração e continuarei te honrando até o fim, gratidão eterna por tudo, um dia te abraçarei novamente, cuide de mim como sempre cuidou, te amo”, se despediu. A esposa de Diego, Júlia Araújo, também comentou sobre o marido. “Sempre foi uma pessoa muito querida na comunidade. Ele tem uma legião de pessoas que se inspiram nele como atleta e pessoa”, lamentou a esposa Julia Araújo. Gabriel Braga posta homenagem para o pai, Diego Braga, lutador de MMA assassinado no Rio de Janeiro. — Foto: Reprodução/Instagram

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