O esperado plano de fusão entre a Sony e a Zee Entertainment foi cancelado, o que gerou queda nas ações da empresa indiana. Após dois anos de expectativas, o ambicioso plano de fusão entre a gigante de tecnologia Sony e a Zee Entertainment, projetado para criar uma potência no streaming e competir com titãs como Netflix e Amazon no mercado indiano, chegou a um abrupto desfecho. A Sony anunciou oficialmente o cancelamento da fusão entre sua unidade na Índia e a renomada Zee Entertainment, com sede em Mumbai. Qual era o objetivo do plano de fusão cancelado? Uma das unidades da Sony nos Estados Unidos – Imagem: Getty Images/Reprodução O projeto de fusão tinha como objetivo formar um novo conglomerado de mídia avaliado em impressionantes US$ 10 bilhões, o que seria cerca de R$ 50 bilhões de acordo com a cotação atual. Sua elaboração seria no território indiano, e, a princípio, a fusão foi projetada para estabelecer uma gigante do entretenimento no principal mercado de streaming da Ásia, conforme indicado por analistas. A decisão da Sony de encerrar as negociações foi justificada pela alegação de que as condições para o fechamento da fusão não foram satisfeitas. A empresa, no entanto, não entrou em detalhes sobre quais condições não foram cumpridas, assegurando que não espera impactos financeiros significativos em seus resultados consolidados devido à rescisão dos acordos definitivos para a fusão. A imprensa indiana destaca que um impasse crucial entre as duas corporações estava relacionado à liderança do novo conglomerado proposto. Enquanto a Zee Entertainment sugeriu Punit Goenka, CEO da empresa, como líder, a Sony discordou devido a uma investigação em curso pelo regulador de mercado indiano. Em resposta ao cancelamento, a Zee Entertainment anunciou que está avaliando todas as opções disponíveis. Além disso, a empresa destacou que a Sony demanda uma taxa de rescisão de US$ 90 milhões, cerca de R$ 450 milhões conforme a cotação, por supostas violações dos termos da fusão, algo que a companhia indiana nega veementemente. O desfecho dessa fusão ocorre em um momento crucial, visto que a competição na indústria de entretenimento da Índia está em ascensão. O governo, liderado pelo primeiro-ministro Narendra Modi, aspira transformar o país no terceiro maior mercado de mídia e entretenimento do mundo em breve, elevando-se da quinta posição atual. Se o aguardado acordo entre Disney e Reliance Industries for aprovado, não apenas vai consolidar a presença da empresa americana na Índia, mas também resultará na criação de uma colossal entidade, abrangendo mais de 100 canais de TV e duas plataformas de streaming.