O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes liberou nesta quarta-feira (31) o acesso do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) ao inquérito da Polícia Federal sobre espionagem ilegal com a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Priscila Pereira, assessora do deputado federal e ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ), também terá acesso às investigações. Os procedimentos em andamento continuam sob sigilo. O despacho atende a pedidos das defesas dos suspeitos, que foram alvos da Operação Vigilância aproximada nessa segunda-feira (29). O inquérito da PF apura o suposto uso ilegal de ferramentas da Abin para espionagem ilegal de adversários políticos da família Bolsonaro. O celular de Carlos Bolsonaro e computadores foram apreendidos em imóveis da família. Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos: – Rio de Janeiro (RJ) — 5 mandados; – Angra dos Reis (RJ), onde estava a família, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — 1 mandado; – Brasília (DF) — 1 mandado; – Formosa (GO) — 1 mandado; – Salvador (BA) — 1 mandado. Leia mais: Entenda a operação da PF que investiga espionagem ilegal com a estrutura da Abin A PF encontrou uma troca de mensagens no celular de Ramagem entre ele e Luciana Almeida, assessora do vereador Carlos Bolsonaro, em que ela pedia “ajuda” relacionada a um inquérito policial relacionado à família Bolsonaro. Segundo a corporação, as mensagens indicam que “o núcleo político [do esquema, do qual Carlos faria parte] possivelmente se valia de Ramagem para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas”. A operação da PF, que também mirou o militar do Exército Giancarlo Rodrigues, cedido à Abin durante o governo Bolsonaro, apura os destinatários das informações obtidas a partir do suposto esquema de monitoramento ilegal com sistemas da agência. Um computador que pertence à Abin foi apreendido durante a operação no endereço de Rodrigues. A esposa dele, que não é alvo da operação, é servidora da Abin em Salvador. Os investigados podem responder por pelo menos três crimes: – invasão de dispositivo informático alheio; – organização criminosa; e – interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. As buscas também foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes.