Com um enredo que começa com a palavra “voar”, o grupo conta a história da juiz-forana, nascida no dia 17 de setembro de 1920. Confira um trechinho e ouça também pelo vídeo: “Voar, voar, voarnas asas da poesiasempre será minha sinahoje alcanço os céus inspirado em dona Lilinaprimeira aviadora de Minaso seu nome é imortal.A Unidos do Bairro Florestatem “Assis e respeito” no seu carnaval” Dona Lilina, primeira aviadora de Minas Gerais, é homenageada com samba em Juiz de Fora Em termos nacionais, Lilina foi a terceira mulher a assumir o comando de uma aeronave. Além disso, também chamou atenção na arquitetura, sendo uma das responsáveis por projetar várias casas no Bairro Floresta, onde reside até hoje, e onde recebe a homenagem carnavalesca. Primeiro pouso em Juiz de Fora como inspiração A paixão de Lilina pela aviação começou quando ela foi, ao lado da mãe e do irmão, ver de perto o primeiro pouso de um avião em Juiz de Fora, em 1926, quando tinha 6 anos. “Eu era criança quando, junto com meu irmão, cheguei perto do veículo que desceu na Parada Setembrino de Carvalho (onde hoje é o Bairro Benfica) para abastecer. Lembrando que o percurso do avião era Rio de Janeiro – Belo Horizonte”, contou Carolina durante uma visita à Escola Municipal Carolina de Assis, em 2010. Dona Lilina com a Esquadrilha da Fumaça — Foto: Blog Carlos Ferreira Os anos passaram, o entusiasmo dos irmãos pela aviação cresceu e os dois começaram a sonhar em voar. Aos 19 anos, após três provas de voo em aeroportos do Rio de Janeiro, Carolina ganhou o “brevê”, autorização oficial para pilotar e fez sucesso por onde passou. “Uma profissão exercida por homens passou a contar com as habilidades de uma mulher, que impressionava a sociedade da época”, completou a aviadora. Em 1943, já esposa de Roberto Repetto, também aviador, foi mãe pela primeira vez e acabou trocando a paixão de voar pela maternidade. Foram 11 anos de aviação e, depois, nove filhos. Aos 103 anos, primeira aviadora mineira é viva e receberá homenagem em Juiz de Fora — Foto: Blog Carlos Ferreira O enredo também cita o encerramento na carreira como aviadora para dedicar-se às crianças. “Amante dos ventos, projetos e floresForam nove anjos os seus grandes amoresPorém as curvas do destino trouxeram dor em seu caminhoA vida é mesmo assim” Reparação história A concentração do bloco ocorre às 17h deste domingo, na Alameda Mundo Novo, no Bairro Floresta. Como em todos os outros sambas do bloco, criado em 1964, a proposta de homenagear uma figura ilustre do bairro foi mantida. Réplica do PP-GAN, aeronave pilotada pela primeira aviadora de Minas Gerais — Foto: Blog Carlos Ferreira Para Márcio José Santana, presidente do Unidos do Floresta, a homenagem faz uma reparação histórica à pioneira juiz-forana, irmã de Francisco Álvares de Assis, um dos fundadores do Aeroclube Juiz de Fora, que dá nome ao Aeroporto da Serrinha. “É uma reparação histórica face a poucas homenagens ou quase nenhuma por parte do Poder Público, sendo a homenageada uma pioneira na aviação de MG, fato que também marcou o mundo.” Segundo ele, o enredo foi formatado há um ano, em conversas com um amigo e sobrinho de dona Lilina. “Tive a ideia em fazer essa homenagem, devido à importância do seu feito e apresentar a sua história para Juiz de Fora. Uma fiel representante da aristocracia mineira. E uma mulher além do seu tempo”. VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campo das Vertentes